ATA DA SEPTUAGÉSIMA TERCEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 16.09.1998.
Aos dezesseis dias do mês de
setembro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa,
João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Paulo Brum, Reginaldo
Pujol, Renato Guimarães e Alberto Moesch. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas
das Sexagésima Nona e Septuagésima Sessões Ordinárias, e das Trigésima
Primeira, Trigésima Segunda e Trigésima Terceira Sessões Solenes, que deixaram
de ser votadas face à inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Carlos Garcia, o Projeto de Resolução nº 41/98
(Processo nº 2653/98); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 01 Pedido de Providências e
o Pedido de Informações nº 120/98 (Processo nº 2690/98); pelo Vereador João Dib,
01 Pedido de Providências; pela Vereadora Sônia Santos, 04 Pedidos de
Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 383, 384, 387, 388 e 389/98,
do Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre; 101/98, do Senhor
Túlio José Barbiani Vieira, Gerente-Geral, e da Senhora Guilhermina Mendes,
Gerente-Social do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre. A
seguir, o Vereador Juarez Pinheiro registrou ter ocorrido equívoco da
secretaria dos trabalhos durante a Septuagésima Segunda Sessão Ordinária,
quando da verificação de "quorum" realizada no encerramento dos
trabalhos dessa Sessão. Após, constatada a existência de "quorum",
foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Gerson Almeida, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE,
hoje destinado a homenagear o transcurso dos vinte e cinco anos do Departamento
de Esgotos Pluviais - DEP, nos termos do Requerimento nº 170/98 (Processo nº
2240/98), de autoria do Vereador Gerson Almeida. Compuseram a Mesa: o Vereador
Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Vicente
José Rauber, Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais - DEP, representando o
Senhor Prefeito Municipal; o Vereador Juarez Pinheiro, 1º Secretário da Casa.
Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças de Diretores de
Área e Funcionários do Departamento de Esgotos Pluviais, bem como dos demais
convidados presentes a esta solenidade. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João
Dib, saudando o transcurso dos vinte e cinco anos do Departamento de Esgotos
Pluviais - DEP, historiou fatos relativos à criação desse Departamento e sua
concepção enquanto órgão ligado diretamente ao Gabinete do Prefeito Municipal.
Ainda, salientou a importância dos serviços prestados pelo DEP para garantir
melhor qualidade de vida à população da Cidade. O Vereador Adeli Sell discorreu
a respeito do trabalho de saneamento e prevenção de alagamentos realizado pelo
Departamento de Esgotos Pluviais, destacando ser a implantação de redes de
saneamento básico um pressuposto fundamental à manutenção da saúde pública. O
Vereador Gerson Almeida prestou sua homenagem ao Departamento de Esgotos
Pluviais, analisando dados relativos à evolução na quantidade e qualidade dos
atendimentos prestados à comunidade porto-alegrense por esse Departamento e
defendendo aporte maior de recursos para a realização de obras de saneamento
básico em Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra
ao Senhor Vicente José Rauber que, em nome do Departamento de Esgotos Pluviais
- DEP, agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo. Às quatorze horas e
quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a
existência de "quorum". Após, foi apregoado Requerimento do Vereador
João Motta, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, do dia dezesseis ao
dia dezoito de setembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Cyro Martini, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Clovis Ilgenfritz relatou denúncias de agressões e ameaças de morte
sofridas por militantes do Partido dos Trabalhadores, enquanto instalavam
cartazes de propaganda eleitoral em área próxima ao viaduto localizado na
Avenida Silva Só, ressaltando a gravidade de tais fatos e afirmando que os
mesmos ferem a ética e o caráter democrático que devem estar presentes durante
a campanha eleitoral. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações a respeito
da estrutura de representatividade política ora implantada no Brasil,
salientando a importância do instituto do sufrágio direto e universal como
garantia da democracia e analisando dados relativos à legislação eleitoral ora
em vigor, especialmente no que se refere às regras de proporcionalidade em
relação à concessão dos tempos a serem utilizados pelos partidos políticos
durante a apresentação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
O Vereador Alberto Moesch registrou o transcurso dos sessenta e cinco anos da
Paróquia São Sebastião, localizada no Bairro Petrópolis, historiando fatos
relativos à sua fundação. Também, comentou aspectos atinentes à discussão,
nesta Casa, do II Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental - PDDUA,
em especial quanto ao aumento do índice de construção de prédios em áreas
residenciais e a necessidade de implantação de maior número de áreas de lazer
em Porto Alegre. Na oportunidade, o Senhor Presidente declarou que a Mesa
Diretora deste Legislativo alia-se à homenagem prestada pelo Vereador Alberto
Moesch, relativa ao transcurso dos sessenta e cinco anos da Paróquia São
Sebastião. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Reginaldo Pujol discorreu a respeito
da criação do Departamento de Esgotos Pluviais - DEP, tecendo considerações
acerca da estrutura ora implantada na Cidade, a fim de evitar os alagamentos
decorrentes do excesso de precipitação pluviométrica. Também, registrou a
realização, amanhã, nesta Casa, de Sessão Solene destinada a homenagear o
transcurso da Semana Farroupilha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos
Garcia, ao referir-se a denúncias feitas em pronunciamentos anteriores, de
atrasos verificados no repasse de verbas aos integrantes do programa estadual
de incentivo a atletas, informou que parte dos valores já foram repassados aos
seus beneficiários. Também, reportou-se a notícias veiculadas pela imprensa, a
respeito da prisão do ex-vocalista do conjunto musical Polegar, manifestando sua
preocupação em relação à questão do uso indiscriminado de drogas pelos jovens.
Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo discorreu a respeito dos
problemas de alagamentos observados na Cidade quando da ocorrência de chuvas
intensas, defendendo a adoção de políticas públicas destinadas à conservação
dos recursos hídricos, à otimização na implantação das redes de esgotos
pluviais, à realização de obras de manutenção das Casas de Bombas e ao
desassoreamento das nascentes do Arroio Dilúvio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Pedro Ruas analisou as medidas adotadas pelo Governo Federal no
intuito de promover a estabilidade da economia brasileira, criticando a
política de elevação de juros nelas inserida e declarando que as mesmas são
inadequadas e inviabilizam investimentos nas áreas produtivas da economia
nacional. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos
de Resolução nº 37 e 38/98; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nº
126 e 129/98, o Projeto de Resolução nº 39/98. Na ocasião, o Vereador Clovis
Ilgenfritz registrou seus agradecimentos aos Vereadores Fernando Záchia e
Cláudio Sebenelo e à Assessora-Jurídica Denair Guzon, pela atenção dispensada
durante a investigação dos acontecimentos relatados por Sua Excelência em seu
pronunciamento durante o período de Grande Expediente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER
o Vereador João Dib registrou a inauguração das novas instalações do Lar Santo
Antônio dos Excepcionais, enaltecendo o esforço e a dedicação dos colaboradores
dessa entidade e salientando a importância do trabalho social realizado pelos
profissionais a ela ligados, no intuito de proporcionar melhores condições de
vida a pessoas portadoras de deficiências e que necessitam de cuidados
especializados. Na oportunidade, face à manifestação da Vereadora Maria do
Rosário, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do andamento dos
trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo
Brum, reportando-se ao discurso do Vereador João Dib, propugnou pela
adoção de medidas educativas, a fim de promover uma maior conscientização da
sociedade brasileira em relação às dificuldades enfrentadas pelos portadores de
deficiência física. Também, discorreu sobre a atuação da Guarda Municipal de
Trânsito, em relação à fiscalização de locais próximos a clínicas de tratamento
de pessoas portadoras de deficiências. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença dos Vereadores Eloiza Grassi, Walace Santana e Luiz
Picoli, do Município de Bananal/ES. A seguir, constatada a existência de
“quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal da
Vereadora Maria do Rosário, adendado pelo Vereador João Dib, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia,
Requerimento este encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib e Maria do
Rosário. Foi aprovado o Requerimento nº 184/98 (Processo nº 2493/98 - Proposta
de Emenda à Constituição Estadual), de autoria das Lideranças Partidárias do
PT, PDT e PSB, por vinte e seis votos SIM e um voto NÃO, após ter sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Pedro Ruas, Renato Guimarães, João Dib,
Reginaldo Pujol, Hélio Corbellini e Luiz Braz, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa,
Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Alberto Moesch e
Cyro Martini, Não o Vereador Reginaldo Pujol, e tendo apresentado Declaração de
Voto os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo. Na ocasião, o Senhor
Presidente destacou as disposições regimentais que vedam manifestações nas
galerias do Plenário Otário Rocha e registrou a presença de Professoras e
Alunos do Colégio Sevigné. Foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib,
solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 25/98 (Processo nº 2323/98)
seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de
Comissões Permanentes, por vinte e um votos SIM, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Maria do Rosário e João Dib, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo votado os Vereadores
Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino,
Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique
Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Renato Guimarães, Sônia Santos, Alberto
Moesch e Cyro Martini. Foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando
que o Projeto de Lei do Executivo nº 27/98 (Processo nº 2448/98) seja
considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Foi votado Requerimento verbal do Vereador João Dib, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, o qual obteve doze
votos SIM e um voto NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Carlos
Nedel, João Dib, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães, Alberto
Moesch e Cyro Martini e Não o Vereador Juarez Pinheiro, votação esta declarada
nula pelo Senhor Presidente, face a inexistência de “quorum” deliberativo. Na
oportunidade, foi apregoado o Ofício nº 391/98, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre, informando que deverá ausentar-se do Município, no dia dezesseis
de setembro do corrente, a fim de tratar de assuntos de interesse particular.
Ainda, a Vereadora Maria do Rosário, mencionando a Resolução de Mesa nº 185,
manifestou-se a respeito de pedido formulado pelo Fórum Municipal de Entidades,
solicitando autorização deste Legislativo para utilizar o Plenário Otávio Rocha
na tarde do dia vinte e três de outubro do corrente, a fim de realizar
solenidade em comemoração ao aniversário de promulgação do Estatuto da Criança
e do Adolescente, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do
assunto e sobre o andamento dos trabalhos da presente Sessão. Também, o
Vereador João Dib referiu-se à manifestação da Vereadora Maria do Rosário. Às
dezessete horas e quarenta e quatro minutos, constatada a inexistência de
“quorum” deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz,
Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez
Pinheiro, Paulo Brum e Guilherme Barbosa, este como Secretário “ad hoc”. Do que
eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para dar
uma explicação ao Plenário.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por ocasião da
última Sessão Plenária, na segunda-feira, quando estávamos no período de
prorrogação da Ordem do Dia e estava para ser apreciado um requerimento, no
momento da verificação de quórum, este 1º Secretário fez a chamada e, num
primeiro momento, chamou o Ver. Clovis Ilgenfritz, que não se encontrava no
Plenário, e, num segundo momento, quando ele estava no Plenário, este
Secretário, vendo, depois, o programa de televisão, se deu conta que não fez a
chamada do Ver. Clovis Ilgenfritz. Naquele momento, na verdade, havia dezessete
Vereadores em Plenário. A responsabilidade, portanto, é deste 1º Secretário,
que se equivocou.
Era preciso fazer este esclarecimento ao Plenário, porque os Vereadores
reclamavam que havia dezessete Vereadores no Plenário; eles tinham razão, e
este 1º Secretário afirmava que só havia dezesseis, eis que contava, mas não
estava anotada a presença do Ver. Clovis Ilgenfritz, que se encontrava no
Plenário.
O equívoco foi deste 1º Secretário, que assume na totalidade a
responsabilidade do erro. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, só podemos cumprimentar V. Exa. pela sua lisura,
honestidade, correção. Esta demonstração que V. Exa. dá apenas confirma aquilo
que sabemos a seu respeito. Nossos cumprimentos.
O SR. GERSON ALMEIDA
(Requerimento): Requeiro, nos termos regimentais, que possamos
inverter a ordem dos trabalhos, passando primeiro ao Grande Expediente, onde
faremos a homenagem aos 25 anos do Departamento de Esgotos Pluviais da Cidade.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Gerson Almeida. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O Grande Expediente de hoje é destinado a homenagear o DEP, Departamento
de Esgotos Pluviais, pela passagem do seu 25° aniversário. Convidamos para fazer parte da Mesa o representante do Sr.
Prefeito, o Sr. Vicente Rauber.
O Ver. João Dib está com a palavra pelo tempo que lhe cede o Ver. Paulo
Brum.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Estamos reunidos aqui, hoje, para homenagear o Departamento
de Esgotos Pluviais nos seus vinte e cinco anos. O Ver. Paulo Brum gentilmente
me cedeu o tempo para que, em nome da minha Bancada, em nome dele próprio, eu
pudesse fazer a saudação a esse Departamento, que é de extrema importância para
a vida da Cidade.
Tive a oportunidade de ser Diretor do DMAE por duas vezes: a primeira em
1968, e a segunda em 1975. Em 1968, quando eu fui Diretor do DMAE pela primeira
vez, o DMAE fazia o pluvial quando podia, quando dava. Havia uma dificuldade
extraordinária. Aí, esta Cidade teve como Prefeito uma figura que deve ser
sempre homenageada e bem lembrada, que foi o Prefeito Telmo Thompson Flores,
engenheiro, professor universitário, sanitarista. Ele entendeu como necessário
e indispensável que se criasse um departamento especificamente para tratar do
esgoto pluvial e que seria ligado, vinculado, como até hoje é, ao Gabinete do
Prefeito Municipal. Mas o Prefeito Telmo Thompson Flores, na sua sensibilidade
de homem público, sabia que não bastava criar um departamento de esgoto
pluvial: era preciso armá-lo, era preciso instrumentá-lo. E esse Departamento
foi criado, tendo o DMAE entregue a ele um plano de esgotos para toda a Cidade.
Recentemente, na gestão Vicente Rauber, esse plano foi aprimorado, porque,
evidentemente, na sua aplicação, as coisas vão aparecendo e as modificações da
Cidade, da sua pavimentação, precisam sempre de um acompanhamento, e o
Departamento de Esgotos Pluviais fez.
O Dr. Telmo Thompson Flores deve ser lembrado hoje com muito carinho por
aquilo que, como porto-alegrense que era, fez como demonstração de amor à sua
Cidade, mas, sobretudo, com a responsabilidade de ser o Prefeito, um homem que
entendia de saneamento. Ele havia realizado obras de grande porte nesta Cidade,
que auxiliaram bastante, então, ao DMAE, depois ao próprio DEP, porque, mesmo
quando saiu do Departamento Nacional de Obras e Saneamento, o DNOS, continuou
fazendo obras para a Cidade. É de lamentar, Dr. Vicente Rauber, que não
tenhamos mais o DNOS para ajudá-lo, porque todos aqueles encargos que eram
divididos passaram à responsabilidade do Departamento, e os recursos não têm
sido os maiores.
As dificuldades que o DEP enfrenta são bastante grandes. Todos conhecem.
Nesta Cidade há pontos que, tradicionalmente, alagam, mas os recursos não
crescem na mesma proporção que gostaríamos. Eventualmente, fazemos alguma crítica
ao orçamento do DEP, mas hoje não é dia de criticar, até porque o DEP realiza,
dentro de suas possibilidades, um trabalho muito bom.
Nós estamos aqui mandando o nosso abraço e formulando votos para que
haja mais receita dirigida ao DEP, para que problemas tradicionais da Cidade
possam ser solucionados, porque não falta, lá no DEP, uma equipe técnica
competente, muito bem comandada por V. Sa., Eng. Vicente Rauber. Inclusive, eu
tive, recentemente, a oportunidade de fazer uma solicitação ao DEP para análise
de um problema na Rua Laurindo, Santa Terezinha. Foi gratificante ver como os
técnicos do DEP estavam preparados para, imediatamente, com documentos, com
dados, mostrar as dificuldades e apontar algum paliativo.
Cumprimento o DEP, em meu nome, em nome de minha Bancada e em nome do
Ver. Paulo Brum, que gentilmente me cedeu o tempo. Formulo votos para que
continue administrando cada vez melhor, porque um bom trabalho do DEP é uma
coisa muito boa para a Cidade de Porto Alegre. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Também queremos cumprimentar, como extensão da Mesa, os Diretores de
Área do DEP, funcionários e demais convidados para esta homenagem.
O Ver. Renato Guimarães está com a palavra e cede seu tempo ao Ver. Adeli
Sell.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Sei que parte significativa da história do DEP está escrita em
livretos, em folhetos, em divulgação do seu trabalho de gestões anteriores e desta
gestão do companheiro Vicente Rauber, mas a verdadeira história do DEP está
escrita nas suas realizações, nos subterrâneos desta Cidade, naqueles lugares
onde talvez as pessoas jamais imaginem que haja uma escavação, que ali foi
realizado um penosíssimo trabalho, desde a prancheta, do computador, do
técnico, do engenheiro, do arquiteto até a escavadeira, até a pá, a enxada e o
trabalho de um operário suado do DEP.
Essa é a verdadeira história do DEP, que muitas pessoas deveriam
conhecer, porque só assim dariam a devida importância que tem esse Departamento
para a qualidade de vida da nossa Cidade. Se as pessoas soubessem tudo que esse
Departamento fez e está hoje realizando, talvez tivessem mais claro por que
Porto Alegre hoje é conhecida como capital brasileira com melhor qualidade de
vida. Aqui se fazem investimentos importantes, e esta Câmara, neste mesmo ano,
aprovou importantes projetos, com empréstimos com os quais vão ser realizadas
outras tantas e tantas obras, porque esta Cidade ainda necessita de mais ações
como aquelas que foram até hoje realizadas. Graças à nossa capacidade de ouvir
a população, democrática e soberanamente no Orçamento Participativo,
decidiu-se, no início da gestão Olívio Dutra, que o saneamento é uma
prioridade, trabalho este que foi continuado na gestão de Tarso Genro e, agora,
nesta gestão.
Nós estamos conseguindo realizar aquilo que Porto Alegre mais necessita
para que, cada vez mais, possa ser um exemplo, não apenas no Estado, mas no
Brasil e no Exterior, de trabalho, de qualidade, porque nós queremos uma cidade
saneada, uma cidade que garanta qualidade de vida. Todos nós sabemos que o
saneamento é o pressuposto básico, fundamental, para a saúde pública. Quantos e
quantos reais nós já poupamos, no último período, exatamente por termos tido a
grandeza de aplicar verbas importantes no saneamento básico de nossa Cidade! Eu
tenho certeza de que, com os projetos em andamento, com a equipe técnica e
profissional, com a direção do órgão e, fundamentalmente, pelo trabalho e empenho
dos seus funcionários, dos laboriosos trabalhadores do DEP, nós vamos dar
continuidade, avançando e construindo obras importantíssimas, que darão guarida
a esta sustentabilidade de qualidade de vida na nossa Cidade.
Portanto, eu creio que, ao dizer estas palavras, eu estou fazendo,
também, um pronunciamento em nome de toda a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, em particular do Ver. Renato Guimarães, que me cedeu este tempo.
Quero dizer que esta Câmara Municipal faz hoje uma justa homenagem ao DEP e, meus
caros técnicos, funcionários, dirigentes de setores, Direção do DEP, meus caros
colegas Vereadores, nós vamos continuar, nesta Casa Legislativa, em todos os
momentos, apoiando os projetos que darão continuidade a este tipo de trabalho.
Nós daremos sustentação a todo pedido de verba, seja de empréstimos junto aos
órgãos nacionais ou internacionais, que avance este tipo de trabalho. Eu tenho
certeza de que para toda e qualquer medida que venha a ajudar, a avançar na
linha da garantia de maior saneamento para a nossa Cidade, daremos sustentação.
Parabenizamos também o trabalho que o DEP vem fazendo junto com outros
órgãos municipais, em especial com o DMLU e a SMAM, no sentido da preservação
da natureza, da defesa dos nossos riachos e dos mananciais, incluindo aquele
“slogan” de que damos sustentação aos nossos riachos, aos meios d’água para que
não virem um simples valão, como vemos em outros lugares. Aqui estamos
superando esta fase com muito trabalho e afinco, e devem ser, mais do que
nunca, homenageados aqueles que sustentam o trabalho do DEP. Por isso, deixo
aqui a todos o meu caloroso abraço e a saudação em nome do todos os Vereadores
da nossa Bancada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Gerson Almeida, que fala como autor do
Requerimento que deu origem a esta homenagem.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. Vicente Rauber, demais diretores,
superintendentes, funcionários do DEP aqui presentes e trabalhadores do BANRISUL, que também
acompanham esta Sessão. Falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e,
particularmente, em nome do Ver. Guilherme Barbosa, que hoje está
impossibilitado de usar a palavra em função das normas regimentais.
Mais do que uma homenagem que deve ser feita com todo o carinho aos
trabalhadores do DEP e a todos aqueles que construíram a história deste
Departamento que, com vinte e cinco anos, presta relevantes serviços à Cidade
de Porto Alegre, é o momento de fazer uma avaliação, mesmo que sucinta, sobre o
contexto em que se encontram as políticas de saneamento e de drenagem no nosso
País. Segundo o próprio BNDES, temos cerca de quinze milhões de brasileiros que
não têm água em casa e cerca de trinta e nove milhões que vivem sem acesso à
rede pública de esgotos. Esses dados dão a exata dimensão de como essa questão
vem sendo tratada ao longo dos anos e a que condições de qualidade de vida se
submetem parcelas imensas da população do nosso País. Sabemos que, segundo os
demógrafos da ONU, daqui a vinte anos, aproximadamente, teremos cerca de 80 a
83% da população do planeta vivendo em cidades e nessas, algumas em meio
milionésimo das terras emersas, deverão estar morando grande parte dos cidadãos
em megalópoles.
O que deixamos de fazer ou o que fizemos nas cidades diz respeito à
grande maioria da população do planeta, à grande parte da humanidade. Nesse
contexto, ressalto a importância do trabalho que vem sendo realizado pelo DEP
nesses vinte e cinco anos, da vanguarda das questões que tocam à drenagem. O saneamento
ganha uma importância singular e significativa. Vou dar alguns dados
importantes no que toca à arrecadação do DEP: em 1995, o DEP arrecadava 766
milhões; em 1998, no primeiro semestre, um milhão e 200 mil reais. Portanto, um
salto de arrecadação bastante significativo, que é, no caso de Porto Alegre,
reinvestido em ampliação e qualificação da rede urbana. Das demandas atendidas,
dos trabalhos que a população solicita e que o DEP atende, em 1995, foram
14.997; no ano de 1998, apenas no primeiro semestre, já foram atendidas 8.527,
sendo que, no ano passado, dado de todo o ano, foram quase vinte mil as
demandas atendidas. Isso significa que, em dois anos, passamos de quatorze mil
para quase dezenove mil, significando uma qualidade, uma eficácia cada vez
maior que o Departamento tem buscado conquistar. Outro dado bastante
significativo, talvez dos mais expressivos, é o da implantação de redes por
metro. Apenas as implantadas pelo DEP, não aquelas supervisionadas por ele,
feitas junto com a SMOV e outros órgãos, em 95, foram 10.579. Isso é mais do
que o dobro dessa metragem. Isso significa que há um investimento cada vez
maior neste setor na Cidade de Porto Alegre.
Deve ser registrado que, nos últimos dez anos, desde que o Orçamento
Participativo foi implantado em Porto Alegre e a população, de forma
organizada, participa e decide sobre a aplicação dos recursos públicos e as
suas prioridades, o saneamento básico, invariavelmente, foi decidido como a
prioridade número um. Isso, por si só, é significado de alegria para nós e de
afirmação de que a democracia participativa e a sabedoria popular podem nos
ensinar muito mais, porque cada real aplicado em saneamento básico, segundo
dados da Organização Mundial de Saúde, significa cerca de três reais que são
deixados de serem aplicados em saúde curativa. Assim, além da qualidade de vida
em Porto Alegre melhorar com os trabalhos eficazes do DEP, também a saúde ganha
com isso.
Para realçar um dado, quero dizer, em primeiro lugar, que esse contexto
de esforço, crescimento e melhoria da qualidade dos serviços do DEP se dá numa
situação muito adversa, porque o órgão federal, o DNOS, foi fechado; portanto,
as suas obrigações não são mais feitas, o que faz com que o Município tenha que
ampliar as suas obrigações para aquelas que eram, até há um tempo, do Governo
Federal. Em segundo lugar, o Projeto de Lei do Sr. Serra, que está tramitando
na Câmara Federal, na prática, quer privatizar o saneamento básico no País,
continuando uma política hostil ao interesse, ao patrimônio e ao serviço
público.
De fato, nesses vinte e cinco anos do DEP é preciso realçar a
importância, a qualidade e a eficácia desse trabalho que cada vez tem crescido
mais em Porto Alegre, fazendo com que tenhamos índices superiores ao resto do
País. Agora, é importante reafirmar também o compromisso com um saneamento
público, de qualidade e sob o controle da sociedade e do Estado. Caso
contrário, ao invés de evoluirmos no sentido de universalizar o acesso à
drenagem e ao saneamento básico, estaremos caminhando no sentido contrário, que
é o de excluir cada vez mais pessoas do acesso às redes de esgotamento básico
no País.
Agradeço a todos. Agradeço à unanimidade da Câmara de Vereadores, que
aprovou essa homenagem, e tenho certeza de que, assim como aprovamos também por
larga maioria as moções de repúdio à privatização do saneamento básico do País,
a Câmara de Vereadores continuará prestando a sua melhor homenagem ao DEP, que
é garantir que o saneamento básico não seja privatizado no Brasil. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Oferecemos, com satisfação, a tribuna ao Sr. Vicente Rauber, que falará
em nome do DEP.
O SR. VICENTE RAUBER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) Ao saudá-los em nome do DEP e também em nome do Prefeito
Municipal, que, por agenda previamente comprometida, não pode estar aqui neste
momento, ao mesmo tempo quero fazer uma saudação especial aos meus colegas,
meus companheiros do DEP, que, em verdade, devem ser os verdadeiros
homenageados desta data, porque são eles, sejam aqueles que aqui estão, sejam
aqueles que continuam lá trabalhando, sejam aqueles que são contratados através
de empresas terceirizadas, que efetivamente contribuem para que esta Cidade
tenha melhor qualidade de vida, esteja em melhores condições de saúde pública e
de segurança, fazendo com que tenhamos a atuação destacada que temos no
esgotamento pluvial e sanitário.
Quero dizer, Sr. Presidente, que aconteceu algo diferente. O que
aconteceu? Fomos chamados aqui na Câmara e não está chovendo na Cidade. Porque
normalmente somos chamados a dar esclarecimentos quando ocorrem problemas de
alagamentos e, às vezes, de inundações na Cidade, e o fazemos com todo o
respeito e satisfação, porque temos a oportunidade de esclarecer o que for
necessário ser esclarecido para a opinião pública. Hoje não chove, mas fomos
chamados por esta Casa. Este fato, embora possa parecer pitoresco, revela a
importância de nosso trabalho. O nosso trabalho é cotidiano e existe durante as
vinte e quatro horas do dia. O Ver. Luiz Braz, quando no exercício do cargo de
Prefeito, pôde verificar, por exemplo, em relação às casas de bombas, que elas
operam vinte e quatro horas por dia. Esse fato é alvissareiro, nos orgulha e
começa a mostrar que, aos poucos, o nosso trabalho lá no DEP é reconhecido.
O DEP não gera alagamentos. Não é o DEP o culpado pelos alagamentos da
Cidade, e esse é um outro conceito que precisa ser colocado. Aliás, nós muitas
vezes brincamos, dizendo o seguinte: quando há um alagamento, pode-se até
registrá-lo na delegacia de polícia. Por quê? Porque, antes de mais nada, é uma
denúncia de que alguma coisa não foi bem feita. Antes de a cidade existir havia
o alagamento? Não, não havia. Então, ao construirmos a cidade é fundamental que
nós respeitemos os caminhos naturais da água da chuva. Se não for possível - e
geralmente não o é -, temos que reconstruir outros caminhos artificiais e que
sejam adequados, que sejam devidamente dimensionados para dar conta daquela
água que precisa ser escoada.
Faço questão de colocar essas preliminares para dizer que é dentro desse
contexto que trabalhamos no sentido de recuperar o equilíbrio ambiental que foi
rompido ao ser construída a Cidade, ou porque as obras públicas ou privadas não
respeitaram suficientemente o que tinha que ser respeitado - esse conceito que
acabei de colocar - ou em razão da situação econômica das pessoas, que faz com
que elas ocupem terrenos de forma inadequada e que é um problema social que
todos nós temos que enfrentar pela frente.
Felizmente, o DEP tem hoje o que comemorar, porque executa o maior plano
de obras da história dos seus vinte e cinco anos. Conforme já relatou o Ver.
Gerson Almeida, hoje o DEP mantém uma enorme quantidade de serviços de
conservação para que a rede existente funcione adequadamente. Há um programa de
educação ambiental permanente voltado à recuperação dos arroios da nossa
Cidade. Precisamos conquistar no Brasil o conceito de que é possível ter águas
correntes dentro da cidade, de que é possível conviver com arroios. Em Porto
Alegre fazemos um esforço muito grande nesse sentido. A Europa demorou alguns
séculos para entender isso e hoje preserva as suas águas de forma absolutamente
respeitosa. O DEP é uma referência nacional entre os Municípios brasileiros.
Não é por acaso que coordena o Núcleo de Drenagem Urbana da Associação dos
Serviços Municipais de Água e Esgoto.
Há uma referência importante que precisamos colocar. Se hoje fazemos
essa quantidade de obras é porque assim foi reivindicado desde 1989 pelo
Orçamento Participativo, pelas lideranças comunitárias, que nos disseram:
“Olha, vocês têm que resolver, em primeiro lugar, o saneamento da nossa Cidade,
porque a nossa saúde pública, a nossa segurança depende dele.” Portanto, é
importante situar a relevância do Orçamento Participativo. Nós costumamos dizer
que o Orçamento Participativo faz muito bem ao saneamento. Se o DEP tem hoje
essa situação, posso dizer que não era assim no passado. A década de 80 foi
absolutamente minguada em termos de quantidade de obras e de serviços, que
foram absolutamente insuficientes. A década de 80 acumulou um déficit bastante
grande, mas, ao mesmo tempo, fez com que o órgão aprendesse a trabalhar com
pouquíssimos recursos - e essa é uma das razões da sua competência e capacidade
-, o que continua fazendo, ou seja, utilizando recursos não-suficientes para
enfrentar os problemas, que são grandiosos. Na década de 70, grande parte das
obras foi feita em Porto Alegre pelo extinto DNOS. Hoje, temos uma posição em
relação a isso. Nós não somos saudosistas, Ver. João Dib, de querer de volta o
DNOS. Nós queremos, sim, que a União e os Estados voltem a arcar com as obras
de macrodrenagem. Porque não é possível a Prefeitura de Porto Alegre, o
Município de Porto Alegre despender obras para macrodrenagem e deixar de
executar outras obras importantes. Portanto, se nós pudéssemos executar as
obras de macrodrenagem com recursos federais e estaduais, isso aliviaria o
nosso orçamento como um todo. Esta é a posição nacional dos Municípios
brasileiros: nós queremos que os Estados e a União voltem a arcar com as obras
de macrodrenagem.
Quero colocar, Sr. Presidente, algumas palavras em relação aos dignos
Vereadores desta Casa, com quem nos temos relacionado cotidianamente, mas que
aqui merecem alguns registros fundamentais, relevantes para a vida do DEP. Esta
Sessão pode ser singela, mas, pelo simples fato de ser feita nas circunstâncias
em que é feita, revela um marco na própria vida do DEP. Pela primeira vez
estamos sendo chamados pela Câmara não para darmos explicações, mas para que o
nosso trabalho seja homenageado.
Quero relembrar que esta Câmara foi altiva. Compreendeu que no Município
de Porto Alegre nós não poderíamos ter dois tipos de cidadãos: um cidadão que
tinha esgoto atendido pelas redes do DMAE, que pagava tarifa, e outro cidadão
que tinha esgoto atendido pelas redes do DEP, que não pagava tarifa. Esta Casa
entendeu que tinha que implantar a tarifa de esgoto misto. Votou a favor da
proposta do Executivo em 1989 e, graças a isso, hoje temos significativos
recursos para enfrentar os problemas.
Quero também aqui citar o entendimento unânime desta Casa. Toda vez que
aqui têm vindo solicitações para que façamos empréstimos para obras do DEP, a
Câmara tem sido absolutamente compreensiva e tem votado a favor dessas nossas
propostas. E creio que a futura história do DEP seja alvissareira, sim, por uma
razão muito simples: a Cidade de Porto Alegre aprendeu a lutar por bons
serviços de saneamento e, portanto, vai continuar a lutar por bons serviços de
saneamento e vai querer que o DEP tenha uma vida qualificada e efetiva para que
isso aconteça.
Quero agradecer pela homenagem em meu nome, em nome do Prefeito, em nome
de todos os funcionários do DEP e quero, mais uma vez, ressaltá-la. Embora
possa ser muito singela, acho que é relevante e até demarcatória. Afinal de
contas, hoje não está chovendo e nós estamos aqui conversando com vocês e sendo
homenageados. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Diretor Vicente Rauber, um abraço da Casa. Realmente, V. Sa. citou as
visitas que fizemos juntos a algumas casas de bombas do DEP e, naquela ocasião,
pudemos constatar que, se a situação não era ideal, pelo menos estava sendo
feito um esforço para que os problemas todos pudessem ser superados.
Nós queremos cumprimentar o Diretor Vicente Rauber pelo seu trabalho à
frente do DEP. Ele é uma das pessoas que atende cordialmente os Vereadores da
Casa. Eu nunca ouvi nenhum Vereador da Casa reclamar que o Diretor Vicente
Rauber tenha deixado de atendê-lo, ou, pelo menos, de ouvi-lo. Então, só
podemos cumprimentá-lo e dizer-lhe que para esta Casa é uma obrigação
reconhecer o seu trabalho e ajudá-lo naquilo que for possível para que esse
trabalho possa ser melhorado. Nós sabemos que V. Sa. trabalha dentro do DEP
para que haja um plano diretor de saneamento na Cidade e nós achamos que esse
trabalho poderá encontrar situação ideal para fazer frente aos problemas da
Cidade. Parabéns pelos vinte e cinco anos!
Vamos suspender os trabalhos por alguns minutos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h55min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. João Motta solicita Licença para Tratamento de Saúde no período
de 16 a 18 do corrente.
(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. João Motta e dada
posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
No Grande Expediente, tem a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, por cessão
de tempo da Vera. Maria do Rosário.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradeço à Vera.
Maria do Rosário pela cessão de seu tempo.
Solicito a atenção de todos porque, embora esteja
com poucas condições físicas e até psicológicas, preciso usar este tempo para
dizer o que aconteceu durante esta noite. Fiquei praticamente detido durante
toda a noite, das 1h30min desta manhã até às 9h, na Polícia Federal, na Av.
Paraná. Quero destacar que fomos muito bem tratados pela Brigada Militar, na
pessoa do agente Sandoval e também dos agentes da Brigada Militar, que
socorreram, na madrugada, quatro militantes da nossa campanha, que sofreram um
ato de vandalismo de uma pessoa que só podia estar fora de si. Inclusive, um
dos quatro é menor de idade. É importante que se diga que não é assim que se
faz campanha eleitoral. Duvido que o candidato a Deputado Estadual, e atual
Deputado Estadual, meu amigo Paulo Odone, saiba ou tenha permitido a
truculência que foi executada nessa madrugada contra um dos meus assessores. A
maioria das pessoas que estão na nossa campanha estão trabalhando gratuitamente
na militância e - me desculpem, estou realmente indignado - fiquei muitas horas
lá, tendo que agüentar várias humilhações para não entrar em briga com as
provocações que foram feitas, inclusive comigo.
Os nossos assessores foram colocar placas nos lugares permitidos pela
Lei, munidos de um material que eu escrevi, transcrevendo artigos da Lei para
dizer onde eles podiam fazer, e foi feita uma armadilha. Uma armadilha! Peço
até ao grande amigo, companheiro do PMDB, Líder da Bancada, que está aqui, que
procure fazer alguma coisa, porque este cidadão está manchando a campanha
eleitoral. Inclusive, trabalhou aqui. Tinha boas relações com ele. É uma pessoa
chamada Isamir Brocker de Oliveira.
Por volta de meia-noite, onze, onze e meia, não tenho claro agora - está
aqui nos autos, bastante detalhado -, ele deu voz de prisão para dois
militantes que estavam colocando placas no Viaduto da Silva Só. Os outros dois
estavam mais distantes e não chegaram a presenciar o fato. Ato contínuo, disse
que era do TRE, praticando absoluta falsidade ideológica, e a pessoa disse:
“Então, o senhor me diga qual é o erro, porque eu tenho aqui no bolso um papel
que diz qual é o local em que eu posso colar ou não posso.” E ele puxou de um
instrumento que está preso pela Polícia Federal, um pé-de-cabra enorme, um pé
de mesa - chega a ser engraçado; outras pessoas estavam com ele, cujos nomes
estão aqui nos autos -, e começou a bater nessa pessoa. Essa pessoa foi parar
no Pronto Socorro. Um homem absolutamente pacífico, pacato, que não entendia o
que estava acontecendo, foi parar no Pronto Socorro, cheio de arranhões, e
levou várias bordoadas. Um pé-de-cabra, um pé de uma mesa de madeira, e assim
por diante.
Nós queríamos denunciar isso e pedir mesmo que, nesses últimos dezoito
dias de campanha, nós tenhamos um comportamento democrático, um comportamento
aberto, um comportamento onde seja feita a discussão, que seja a mais acirrada
do mundo, mas que não se entre nesse tipo de discussão, porque ele prometeu,
nessa noite, para os meus assessores, inclusive para o Marcelo, que é um guri
de 17 anos, que ele iria ser morto, e ele disse várias vezes na frente da
Brigada Militar, na frente da polícia: “Vocês vão ver; eu não posso matar vocês
ou mandar fazer a festa, mas tenho quem faça, porque nós temos dinheiro e vocês
são uns ralados.” Esse é o tratamento que ele dava, todo tempo dizendo palavras
ofensivas à nossa proposta.
O Isamir, que é o principal responsável, vai responder processo e, se a
Justiça se fizer, ele vai ter que responder por isso dentro de uma cadeia,
porque o que ele fez foi tentativa de homicídio; por muito pouco o cidadão
chamado Orlando não foi jogado de cima do viaduto. E não havia nenhuma
irregularidade. Pelo contrário, ele, de uma forma afrontosa, arrancou as placas
de todo o viaduto, o que foi apreendido pela polícia, que assistiu. E o que é
pior - esse é o dado que preocupa, Ver. Fernando Záchia, a todos nós: em ato
contínuo, estava presente a televisão que faz o programa do Governador Antônio Britto.
Filmou os nossos militantes em situação absolutamente vexatória. Filmou uma
discussão que não tinha fim, feita por esse cidadão, e já estava presente o
advogado, já estavam presentes outras pessoas, o que nos leva a crer,
realmente, que houve uma armadilha para esses nossos militantes, até porque,
durante o depoimento junto com a Brigada e os agentes federais, esse cidadão
chegou a dizer: “Não, eu botei uma placa do Paulo Odone lá e eles caíram na
cilada; eles são muito burros, eles são muito ignorantes, eles não sabem das
coisas.” É uma pessoa que jogou contra ele. Infelizmente, não dá para
classificá-lo como cidadão com a sua plena condição mental.
Então, queria ressaltar aqui que foram feitos exames no Pronto Socorro,
com um pronto atendimento médico. O cidadão Orlando de Oliveira foi atendido
também no IML. Foi feita a denúncia na 10ª Delegacia. Os documentos estão aqui
à disposição dos Srs. Vereadores.
Eu não estou querendo provocar nenhum escândalo; estou querendo
denunciar, desta tribuna, o que está sendo feito na política atual. Além de
todo o processo massacrante da mídia, que se coloca contra nós, existe esse
tipo de coisa que nós não pensávamos que pudesse voltar a acontecer: a
truculência, a prepotência, o prevalecimento de pessoas que não têm escrúpulos.
Os nossos militantes - o Orlando, o Alenir, o Vladimir, o Marcelo -
felizmente já estão em recuperação, mas desejamos que esse fato sirva de
exemplo e que se possa falar com todos os partidos para que isso não se repita.
Não é bonito. Foi muito ruim, e nós vamos, no nosso processo judicial, até às
últimas conseqüências, até porque ameaças foram feitas, com comprovações diante
da Brigada e de outros setores. Obrigado, Vera. Maria do Rosário, minha Líder,
por ter cedido seu espaço. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila, por cedência do Vice-Líder, que se responsabiliza
pela Bancada, cede seu tempo ao Ver. Elói Guimarães. O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra em período de Grande Expediente.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este momento que
nós estamos vivendo - pré-eleitoral - é um momento extremamente importante, que
ganha importância na Casa na medida em que uma parcela da população assiste ao
Canal 16 e tem a oportunidade de acompanhar as reflexões que fazem os
Vereadores sobre o momento político, o momento eleitoral. Esses minutos em que
vamos utilizar a tribuna serão usados na defesa do voto, esse instrumento que
as democracias entregam às pessoas para que constituam o poder.
Se examinarmos a história dos povos, a história das civilizações, nós
vamos ver duas formas de constituição do poder: as nações experimentaram as
ditaduras, quando um grupo se reúne e toma o poder e dirige autoritariamente,
pela força, pelas armas; e a democracia, onde o povo é chamado, através do
voto, a escolher os seus governantes. Este é, com todas as dificuldades que
possa ter, o melhor regime: a democracia, a liberdade. É evidente que
precisamos aperfeiçoar a democracia, precisamos construir a verdadeira
democracia. Quando se fala em democracia se fala em liberdade. Não existe
democracia onde não exista liberdade; não existe democracia onde não exista a
igualdade.
Se fizermos uma análise tranqüila e imparcial, nós veremos, no que diz
respeito ao processo eleitoral, que há uma falha na democracia. Há uma
imperfeição na democracia no processo eleitoral, e eu digo por quê: se a
igualdade é um pressuposto da democracia, pressupõe-se que aqueles que disputam
os diferentes cargos, seja a Presidência da República, seja o Governo do
Estado, seja a deputação federal ou estadual, seja o Senado, essas pessoas
deveriam ter as mesmas condições materiais de igualdade. Se nós fizermos uma
análise da situação, vamos ver que há uma desigualdade. Existem partidos e
candidaturas que se desigualam de partidos e candidaturas. Basta andarmos pela
Cidade, basta acompanharmos os programas de televisão. Mas por quê? Fica essa
indagação. Por que a um partido assiste o direito de ter mais horários na
televisão que a outro? Por que um partido e por que candidaturas têm mais
recursos materiais que as outras? Então, é uma imperfeição da democracia. Isto
significa uma desigualdade. E se há desigualdade, há negação da democracia.
Porque, se assistirmos a programas de televisão, olharmos o visual da Cidade e
do Estado, vamos ver que há candidaturas extremamente ricas, com recursos
materiais, com recursos visuais, enfim. Então, isso depõe contra a democracia,
aquela democracia que concebemos. Porque concebemos uma democracia igualitária,
uma democracia efetivamente equânime, uma democracia participativa, onde os
valores, os instrumentos, evidentemente, se igualam. Então, é uma falha da
democracia, que nós, pela democracia, temos que construir, temos que resolver.
Não se concebe mais que determinadas candidaturas, seja no plano
majoritário, seja no plano proporcional, disponham de volumosas somas para
investir e ganhar as eleições. E quem dispõe de uma maior soma de recursos tem,
sim, a possibilidade de fazer mais votos, de se eleger, por assim dizer. Então,
essa é uma lacuna da democracia que precisamos aperfeiçoar, que precisamos,
urgentemente, criar condições para que os candidatos, os partidos, tenham as
mesmas oportunidades. Porque, em qualquer competição, a condição fundamental é
exatamente a igualdade dos competidores. No processo eleitoral, a que
assistimos? O que vemos? Uma desigualdade de competidores. Se há uma
desigualdade, a resultante, que é exatamente a votação, ela não é expressão
democrática, ela não é a expressão verdadeira do processo. Esse é um defeito, é
uma lacuna da democracia que precisamos resolver, se quisermos, efetivamente,
termos uma democracia ampla, geral e irrestrita em toda a sua área. É a questão
fundamental, porque é através do processo eleitoral que vamos constituir os
governos, que vamos constituir as assembléias, que vamos constituir o Congresso
Nacional. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Alberto Moesch está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. ALBERTO MOESCH:
Sr. Presidente, Srs. Vereadoras e Sras. Vereadoras,
esta semana a Paróquia São Sebastião, do Bairro Petrópolis, está comemorando
sessenta e cinco anos. Faço este registro por dois motivos. Primeiro, porque
sou do Bairro Petrópolis. Nasci e sempre morei lá. Segundo, pela importância da
Paróquia São Sebastião, que está situada na Protásio Alves. Foi fundada pelo
Cônego Alfredo Ody, em 1941; ele veio de Belém Novo. A antiga igreja estava
situada na Rua Dr. João Abott, esquina com a Rua Carazinho.
Vejam algumas passagens que ele nos coloca daquela
época: “A população era reduzida. No morro entre as Ruas Carazinho e Carlos
Gomes havia chácaras, verdureiros e tambos de leite. Territorialmente era muito
extensa. Começava na Rua Vicente da Fontoura e ia até o Passo do Dornelles, na
ponte. Isso foi em 1941. Com o decorrer dos anos, na medida em que a Paróquia
foi-se povoando, ela foi dividida em diversas paróquias: Vila Jardim, Morro
Santana, Chácara das Pedras, Nossa Senhora da Paz, todas desmembradas inteiramente
da Paróquia São Sebastião. Santa Cecília, Mont’Serrat, Jardim Botânico, que é a
Paróquia São Luiz, também herdaram parte da Paróquia de Petrópolis, a Paróquia
São Sebastião.” Vejam o tamanho que a Paróquia tinha em 1941, e, nesta semana,
está fazendo sessenta e cinco anos.
A Paróquia começou os trabalhos com o Cônego
Alfredo Ody, o qual tive o privilégio de conhecer. Inclusive fui dirigente do
grupo de jovens da Paróquia São Sebastião. Depois, a Paróquia ficou a cargo do
Monsenhor Avelino Dalla Vecchia, fundador da rádio católica FM Aliança. Hoje, a
Paróquia São Sebastião é administrada pelo Padre Zeno Hastenteufel, um dos
padres mais atuantes da Arquidiocese de Porto Alegre, que trabalha há muitos
anos junto aos jovens. O Padre Zeno, juntamente com o meu pai, é co-fundador do
jornal católico “Novo Milênio”.
Aproveito, então, ao homenagear os sessenta e cinco
anos da Paróquia São Sebastião, que decorrem nesta semana, para colocar um
pouco dos aspectos dos bairros da Cidade de Porto Alegre, já que está tramitando
nesta Casa o Plano Diretor da Cidade de Porto Alegre.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Alberto Moesch, a homenagem que
V. Exa. presta à sua Paróquia é a homenagem da nossa Bancada do PPB, do Ver.
Pedro Américo Leal, do Ver. João Carlos Nedel e minha. Saúde e paz.
O SR. ALBERTO MOESCH: Obrigado. A Paróquia, com certeza, agradece.
A Sra. Maria do
Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Neste momento, também receba o nosso abraço e as congratulações, em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, à Paróquia São Sebastião.
O SR. ALBERTO MOESCH: Obrigado. É importante registrar - e faço um gancho com o Plano Diretor
-, porque a Paróquia São Sebastião, a comunidade de Petrópolis traz aquilo que
é característico de Porto Alegre: o espírito comunitário, a participação nos
problemas diários da Cidade, dos seus bairros. Está aí o próprio Orçamento
Participativo, a força das associações de bairro aqui em Porto Alegre. A
Paróquia São Sebastião é um exemplo disso, do espírito comunitário que lá
ocorre.
Com relação aos bairros, tramita nesta Casa o projeto do II PDDUA da
Cidade de Porto Alegre. Hoje, pela manhã, compareci à Comissão Especial do
Plano Diretor, onde a Superintendente de METROPLAN, Laís Salengue, colocava
muito bem a sua preocupação justamente neste sentido: o aumento do índice de
construção dos prédios na Cidade, nos bairros. Defendemos que deva haver uma
proporção da construção e que deva haver áreas de recuo no mesmo terreno e na
mesma zona para que o ar circule, para que o sol penetre e para que possamos
ter zonas de lazer para a população.
Na Semana do Meio Ambiente, patrocinada pela SMAM, veio aqui um
especialista inglês que afirmou ser importante para o desenvolvimento de uma
criança a área de lazer. Porto Alegre está perdendo muito das suas áreas de
lazer. Se o Plano Diretor não contemplar isso, Porto Alegre estará comprometida
até mesmo em médio prazo. O boletim ambientalista “Agir Azul”, na sua última
edição, coloca em manchete: “Plano Diretor da Capital precisa de maior
discussão”.
O Conselho Municipal do Meio Ambiente, criado pela Lei Complementar nº
369, do qual tive o privilégio de ser membro representando a OAB, já apresentou
moção a esta Casa - e conferi com o Ver. Nereu D’Ávila que ainda não recebeu,
embora tenha sido apresentado em janeiro - para que esta Casa não aprove o
Plano Diretor sem antes ouvir o Conselho Municipal do Meio Ambiente. Aliás,
pela mesma Lei Complementar nº 369, nenhuma alteração do Plano Diretor deve ser
feita sem antes consultar o Conselho.
Sr. Presidente, com relação a essa questão de espaços que Porto Alegre
precisa destinar, também tramita uma proposta dos Bairros Passo D’Areia, Três
Figueiras e Chácara das Pedras com relação à comunidade, que quer reativar o
Parque Alemanha, já previsto no papel. Conversei com o Presidente da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Renato Guimarães, ontem, e vamos proporcionar
uma reunião para que o Parque Alemanha possa ser efetivado.
São essas as considerações referentes aos sessenta e cinco anos da
Paróquia São Sebastião e aos reflexos dos problemas dos bairros residenciais na
Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa da Câmara alia-se nesta homenagem que V. Exa. presta aos sessenta
e cinco anos da Paróquia São Sebastião.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra. Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Casa hoje faz
alguns registros importantes, entre os quais o do nosso jovem, companheiro de
jornada, Ver. Moesch, que acaba de fazer a respeito da Paróquia São Sebastião,
no final da antiga linha do Petrópolis, paróquia da família de minha esposa,
local onde ela foi crismada, onde minha sogra, quando com saúde, fazia
militância dos movimentos apostólicos que ali se desenvolviam.
Esse registro do Ver. Moesch, esse futuroso reintegrante desta Casa,
suplente hoje, mas certamente deixará de sê-lo em breve... Essa é a nossa
expectativa, para que a Casa não só se rejuvenesça, mas, sobretudo, ganhe esse
espírito jovem, esse espírito arejado desse jovem ambientalista de quem eu tive
a oportunidade de testemunhar o grande trabalho realizado quando da construção
do Código do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.
Junto com o nosso jovem companheiro, também se diligenciou, no dia de
hoje, nessa homenagem ao Departamento de Esgotos Pluviais. Não me inscrevi para
me manifestar, mas não posso deixar de fazer o registro nesta hora, porque me
recordo dos primeiros momentos do DEP, que coincidem com os meus primeiros
momentos de vida pública em Porto Alegre. Em 1973, quando da votação do projeto
de lei que criou o DEP, iniciativa do grande Prefeito de Porto Alegre, Eng.
Thompsom Flores, éramos calouros nesta Casa, Vereadores de primeira
legislatura. No primeiro ano, já nos deparamos com esse processo e acompanhamos
o desdobramento da matéria até a sua instalação sob o comando do Eng. Lázaro
Bohn, homem que, mais tarde, foi recrutado para dirigir o DMAE, profissional de
grande qualificação que acompanhou o DEP nos seus primeiros anos de instalação,
até ser substituído pelo não menos competente Beto Porto e pelo hoje nosso
companheiro da Casa David Iasnogrodski.
Faço esses registros nesta tarde - que parece destinada a fazer
registros especiais de datas e de efemérides que são importantes para o
cotidiano da Cidade de Porto Alegre e que não poderiam passar em brancas nuvens
- especialmente porque tanto a Paróquia de São Sebastião como o Departamento de
Esgotos Pluviais dizem respeito a Porto Alegre. Eu lembro de discussões que mantive nesta Casa, quando disse que
não teria dúvida nenhuma de estabelecer o saneamento básico, mais objetivamente
a rede de drenagem, como sendo um dos problemas mais marcantes desta Cidade.
Até assinalei a natureza, que fez esta Cidade pródiga em termos de pontos de
captação de água, uma cidade rodeada, praticamente por todos os lados, pelo
nosso estuário do Guaíba e que ainda dispõe de várias fontes alternativas que
surgem quase que naturalmente ao topo de nossas alterações demográficas, como,
por exemplo, os nossos morros em geral. Tudo isso que dá a Porto Alegre uma
situação privilegiada para promover um bom sistema de coleta e distribuição de
água potável cria também para esta Cidade uma série de problemas na área de
drenagem. Porto Alegre é repleta de córregos, muitos dos quais foram
pretensamente dominados pelo desenvolvimento do Estado e que hoje aí estão,
desafiadoramente, a qualquer chuva maior, a debruçar águas em excessos, fazendo
com que as inundações se transformem em um flagelo para esta Cidade. Então, o
DEP, que foi criado, corajosamente, pelo grande Prefeito Telmo Thompson Flores,
ainda tem muito a fazer para enfrentar esse problema que é tão característico
da realidade topográfica no Município de Porto Alegre.
Querendo ser zeloso no cumprimento da disposição regimental, nós
queríamos, junto com esses dois registros importantes e valiosos, enaltecer a
direção da Casa, especialmente na figura de seu Presidente, pela sua decisão
de, cumprindo a lei que oficializou a Semana Farroupilha, realizar amanhã, às
19h, nesta Casa, a Sessão Solene correspondente a essa efeméride. Observo que o
Ver. João Dib, nosso decano, já se antecipa a este clima, e tremula na sua mesa
o pavilhão rio-grandense, que certamente, amanhã, estará ornando a nossa sala
de reunião, quando uma série de procedimentos importantes será desenvolvida.
Junto com as homenagens, conforme determina a lei, junto com o registro
histórico, junto com a saudação aos heróis farroupilhas e seus ideais, teremos
a solene entrega do Prêmio Glauco Saraiva a um dos nossos mais expressivos
expoentes do tradicionalismo rio-grandense, que é o Dr. Barbosa Lessa, grande
escritor que, juntamente com um dos mais espetaculares cultores da música
pampeana, o gaiteiro Borghettinho, e com o comunicador Wilmar Romera, será
objeto de homenagens na Sessão Especial da Semana Farroupilha, que se
desdobrará amanhã, às 19h, e para a qual nós estamos envidando todos os esforços
no sentido de garantir o maior brilho, o maior lustro, na medida em que é, de
todas aquelas disposições contidas na lei, a única que está sendo fielmente
cumprida e por quem lhe compete cumprir - no caso, a Direção da Casa,
momentaneamente ocupada, com muito brilho, pelo Ver. Luiz Braz, que, obedecendo
fielmente à lei, não tem poupado esforços no sentido de dar a esta Sessão
Solene a dimensão adequada que merece ter a data maior do gaúcho, a data maior
do cultor de tantas tradições, que é o verdadeiro apanágio da gente do Rio
Grande.
Era isso, Sr. Presidente, que eu queria registrar neste Grande
Expediente, associando, na homenagem, estas duas realidades da Cidade, que é o
DEP, nos seus vinte e cinco anos, e a Paróquia de São Sebastião, acrescentando
a circunstância de que tudo isso ocorre na véspera da grande Sessão Solene que
esta Casa irá realizar no dia de amanhã ao registrar o transcurso de mais uma
Semana Farroupilha, oficializada por lei desde 1996. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Carlos Garcia para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, durante algum tempo fizemos inúmeras
denúncias ao Governo do Estado, o qual estava devendo seis parcelas relativas
às bolsas olímpicas dos atletas do Rio Grande do Sul. Nós temos como
característica fazer a denúncia, porém, quando ocorre a reversão do fato, nós
também ocupamos esta tribuna para reconhecer. Quero esclarecer que o Governo do
Estado pagou parte das parcelas que estavam em atraso relativamente às bolsas
olímpicas. Logo, os atletas de diversas modalidades foram ressarcidos em
algumas parcelas pelo Governo do Estado.
Aproveitamos para fazer uma reflexão sobre a vida.
Nesses últimos dois dias, muitas pessoas e parte do público do Brasil
presenciaram o fato de o ex-vocalista do grupo Polegar, o Rafael, ser preso por
tentar roubar um real e uma passagem de vale-transporte. Eu, que durante
dezoito anos atuei como coordenador de uma escola cristã, no Colégio Nossa
Senhora das Dores, tenho três filhos adolescentes - 17, 21 e 22 anos -, e uma
das coisas que mais nos preocupa neste mundo é a questão das drogas, e cada vez
mais este mundo nos cerca quanto às questões das drogas e, muitas e muitas
vezes, não temos a coragem de conversar de perto com nossos filhos, alunos e
semelhantes. Sabemos que esse fato existe, mas não temos a coragem de
enfrentá-lo, e quando vemos este rapaz, um menino ainda, que está preso,
questionamos a sociedade em que vivemos e quais os fatores de solidariedade nos
envolvem. Será que o melhor processo seria prendê-lo? Por que não encaminhá-lo,
mais uma vez, a uma clínica de tratamento? Na realidade, este tipo de pessoa
precisa de ajuda. Fala-se muito em projetos sobre drogas neste País, mas temos
muito discurso e pouca prática. Não temos coragem de enfrentar a questão do uso
indiscriminado das drogas no nosso País e - por que não dizer? - no mundo. Cada
vez mais a droga nos atropela, invadindo nossos lares, nossas famílias, nossas
cidades. Quando um jovem, que foi idolatrado durante um bom tempo por um grupo
de jovens, cai ao fundo do poço, voltamos a questionar: o que a sociedade fez
para ajudá-lo? Porque, se não fosse o “Rafael da vida”, do grupo Polegar, seria
mais um entre milhares e milhares de jovens que, no dia-a-dia, são presos por
usarem droga.
Deixo essa reflexão porque o Parlamento, às vezes, preocupa-se
essencialmente com o fato político, mas esse é o grande fato que nos faz
questionar internamente como sociedade: que tipo de ser humano nós queremos? Eu
penso que nós, como políticos, temos o dever de discutir, cada vez mais, sobre
isso, ou seja, o uso indiscriminado da droga em nosso País.
Vou ler algo com que o Ver. João Dib me presenteou, que é muito oportuno
para o momento: “Surgimos ontem marcados pela morte; somos hoje marcados pela
estrela; sumiremos amanhã marcados pela vida.” - Paulo Bonfim. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos cede seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo no Grande Expediente.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tivemos, hoje à
tarde, a grata satisfação de comemorar os vinte e cinco anos do Departamento de
Esgotos Pluviais. Eu tenho sido um Vereador que tem abordado, com extrema
freqüência, as questões voltadas aos mananciais hídricos de Porto Alegre, ao
esgoto pluvial e à questão ecológica nele acoplada. A homenagem maior que se
faz é aos funcionários do Departamento de Esgotos Pluviais, porque Porto Alegre
carece de uma política de conservação das suas fontes hídricas e de uma
política de esgotos pluviais.
Ora, vir aqui dizer que o DEP não gera alagamentos! Depois dos grandes
debates que tivemos, depois de ter que, na semana passada, atravessar todo o 4º
Distrito completamente alagado, vem o Sr. Diretor do Departamento de Esgotos
Pluviais, ironicamente, ignorar qualquer resquício de inteligência das pessoas
que sentam neste Plenário. Evidentemente que, num momento de festa como o de
hoje, eu não posso deixar passar sem resposta aquilo que a população de Porto
Alegre sabe perfeitamente: que os problemas ligados aos esgotos pluviais não
estão sendo resolvidos, que as casas de bomba não funcionam adequadamente, que
não têm manutenção, que não têm nem fiscalização.
Já foi denunciado aqui, muitas vezes, por mim, há quase um ano, que o
Arroio Dilúvio continua exatamente como estava no dia em que fiz a denúncia.
Escrevi artigos nos jornais e propugno por uma limpeza, por uma política de
conservação dos nossos mananciais. Entenda-se como uma política para o Arroio
Dilúvio uma política para os esgotos separados: os pluviais dos cloacais.
Entenda-se como política um reflorestamento das nascentes do Arroio Dilúvio;
entenda-se como política uma desarenização, a retirada de areia, estações
desarenadoras, que devem ser construídas ao longo do Arroio Dilúvio; a retirada
de malocas de dentro do Arroio Dilúvio - continuam todas elas lá; uma educação
da população - não meia-dúzia de panfletos distribuídos, com frases de efeito.
Não. Uma educação da população voltada para a limpeza, a imagem do Arroio
Dilúvio não como uma cloaca de Porto Alegre e, sim, como uma atração turística,
como lazer do porto-alegrense, e jamais o uso dele como uma lixeira, que é o
que acontece.
É indispensável registrar que, nesses dez anos de Administração do PT,
eles não conseguiram pelo menos plasmar uma educação da população em relação
aos nossos mananciais hídricos. E, depois, todos os dias são largadas montanhas
de detritos de um arroio dentro do Rio Guaíba! Vem-se falar em “Guaíba Vive”. Ora,
senhores, continuamos, de um lado, arrumando e, de outro, estragando; de um
lado, criando o problema e, de outro, tentando solucionar, por falta de uma
política integrada de grande visão. E a Bancada do PT vem dizer ostensivamente
para nós que o DEP é um exemplo. Não! A atitude, o trabalho dos trabalhadores
do DEP é um exemplo para a Cidade de Porto Alegre.
A falta de uma política para os nossos mananciais hídricos é um dos
grandes “calcanhares de Aquiles” de uma administração que tem uma certa empáfia.
Nesses dez anos se esqueceram de algumas coisas. Por exemplo: o trânsito na
Cidade de Porto Alegre, a geração de empregos, o turismo - com o qual não tem
nenhum compromisso -, o próprio saneamento. O Ver. Renato Guimarães sabe
perfeitamente, porque foi comigo num posto de saúde cuja reclamação fundamental
é a existência de uma cloaca aberta ao lado do posto de saúde. “Como podemos
fazer saúde” - perguntava a médica desse posto - “se ao lado dele existem
dejetos humanos abertos à natureza? Até hoje está lá. Continua tudo igual,
Vereador, porque nada foi feito.”
O que há é essa falsa idéia de política voltada ao saneamento, quando
todos vêm dizer aqui, na tribuna, que saneamento é um problema de saúde. É
evidente! O mundo inteiro sabe disso. Agora, ligar saneamento e saúde, na
Cidade de Porto Alegre, fica muito difícil. Saúde essa que, por sinal, quem
assegura 90% dos seus recursos é o Ministério da Saúde e Secretaria da Saúde do
Estado do Rio Grande do Sul, apesar de dizerem que esses órgãos são omissos em
relação à saúde em Porto Alegre.
Eu acho que há um esquecimento muito grande do DEP, porque, desde 1989,
tem a sua política orientada, presidida pelo Orçamento Participativo. A
participação popular - é evidente que isso não existe. Isso foi dito aqui para
nós. Foi dito isso nas nossas barbas. Por favor, alguém tem que responder e
dizer que não é assim a coisa, que a questão não está colocada de acordo com a
realidade. Esse assunto já foi reiteradamente falado nos jornais, na imprensa.
Em todos os fins de semana que chove, nós vemos, como ocorreu no fim de semana
passada. Ironicamente, o Diretor do Departamento de Esgotos Pluviais veio aqui,
hoje, num dia de festa, e disse: “Graças a Deus, não está chovendo.” É
exatamente isso, porque, se estivesse chovendo - ah, meu Deus do Céu! -, essa
população estaria condenada a virar peixe ou teria que aprender a nadar devido
à ausência de uma política de esgotos pluviais, uma política de esgotos
cloacais.
Fica muito difícil fazer-se política administrativa quando temos esse
tipo de compreensão e divulgação de vários oradores que vieram aqui dizer que o
DEP é um exemplo. Não! Um exemplo são os seus funcionários. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nos últimos dias o nosso País
acompanhou com muita apreensão aquilo que logo foi denominado pela imprensa
como pacote econômico, lançado pelo Governo Federal face à crise ocasionada por
um momento difícil da economia num país estrangeiro. As pessoas ficaram a se
perguntar e passaram a discutir o seguinte tema: por que a nossa economia é tão
frágil a ponto de um problema, em qualquer país do mundo, grande, médio ou
pequeno, atingir-nos de forma tão forte e, em algumas circunstâncias, possa,
inclusive, arrasar o Brasil.
Nós participamos, muitos dos que estão aqui e outras tantas pessoas, de
conversas com esse teor. E é importante que a população de Porto Alegre, que
também está inserida neste mesmo contexto, tenha claro que isso não acontece
por acaso. Quando o Governo Federal vem explicar esse fenômeno em função da
chamada, entre aspas, “globalização”, é indispensável que nós tenhamos claro
que o Brasil entra, sim, na globalização, mas de forma totalmente submissa. O
Brasil faz, na globalização, o papel de escravo: escravo dos interesses e
apetites financeiros internacionais, escravo de interesses governamentais
estrangeiros e escravo de uma reduzida elite que tem o mesmo nível financeiro e
o mesmo nível de interesses dos grandes grupos estrangeiros, os grupos
internacionais. E não é à toa que a qualquer bolsa que balance, em qualquer
lugar do mundo, o Brasil passe por esse sufoco, por essa situação terrível. E o
Governo Federal, com esse pacote, terminou com a possibilidade de recuperação
da economia brasileira a curto prazo. Esses juros de 49% inviabilizam qualquer
nível de investimento na indústria brasileira e no setor primário, já
abandonado.
Na segunda-feira, em São Paulo, foram anunciadas milhares de
demissões. Nenhum empresário vai
investir na produção, em maquinaria, em pessoal, se pode, de forma
especulativa, ganhar muito mais sem risco nenhum. Não há como exigir
investimento com esse tipo de pacote em vigor. Pior: na verdade, o Governo
parece que quer que o desemprego aumente, porque as suas medidas são mais do
que recessivas. São cruéis. Elas não eram, nessa forma, necessárias.
Antes, no Brasil, o Governo adotava o modelo neoliberal na economia, Sr.
Presidente, e fazia o discurso da modernização e do desenvolvimento. Soube-se,
logo após, que era a submissão absoluta. Agora, com esse pacote, o Brasil inova
e vai às raias de ir mais longe do que o próprio FMI recomendava. O Fundo
Monetário Internacional recomendava uma elevação de juros de até 28% para
crises como a do México e Argentina. O Brasil faz a elevação em níveis de 49%,
quase 50%, inviabilizando, de forma definitiva, a recuperação econômica do
País, aumentando o desemprego, provocando a miséria, colocando todos nós no
constrangimento absoluto de vivermos hoje capitaneados e comandados por
potências estrangeiras, sabendo que os nossos irmãos, nossas irmãs passam fome
e logo após somarão o maior contingente de miseráveis em todo o Brasil.
E nós, concluindo, Sr. Presidente, ficamos na situação terrível de
termos que simplesmente conscientizar as pessoas do momento em que vivem e não
termos, ao nosso alcance, a solução imediata de um problema como esse.
Encerrando, Sr. Presidente, agradecendo a boa vontade de V. Exa., digo que, em
algum momento, a história vai cobrar o que foram na verdade esses governantes
de hoje, em especial os que estão hoje no Planalto, em Brasília. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2552/98 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 037/98, de autoria da Mesa Diretora, que altera
disposições da Lei nº 5811/86, que estabelece o Sistema de Classificação de
Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. 2553/98 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 038/98, de autoria da Mesa Diretora, que reorganiza os
serviços administrativos da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2542/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 126/98, de autoria do Ver. Pedro Ruas,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Euclides
Fagundes Filho.
PROC. 2614/98 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 039/98, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que concede o
prêmio artístico Lupicínio Rodrigues ao Conjunto Nenhum de Nós.
PROC. 2622/98 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 129/98, de autoria do Ver. Jocelin
Azambuja, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora
Alice Onzi (irmã Jacira).
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Beto Moesch está com a palavra. Desiste.Ver. Reginaldo Pujol.
Ausente. Ver. Renato Guimarães. Desiste. Ver. Guilherme Barbosa. Desiste. Ver.
José Valdir. Desiste. Ver. Carlos Alberto Garcia. Desiste. Ver. Cyro Martini.
Desiste.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, eu peço licença a V. Exa. para
fazer uma rápida comunicação, agradecer ao pronto ato de solidariedade colocado
aqui pelo Líder da Bancada do PMDB, Fernando Záchia, e pelo Vice-Líder da
Bancada do PSDB, Cláudio Sebenelo, com relação ao acontecido que eu denunciei
hoje pela manhã, assim como enaltecer o trabalho da assessoria jurídica da
Advogada Denair Guzon. Solicito que conste dos apanhados taquigráficos.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Juarez Pinheiro que proceda à chamada nominal para
verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
(O Sr. 1º Secretário procede à chamada nominal.)
O SR. PRESIDENTE: Temos vinte e um Vereadores presentes. Nós ainda não estamos na Ordem
do Dia. Apenas fizemos chamada para verificação do número de Vereadores
existentes no Plenário.
O Ver. João Dib, em meio à chamada, solicitava tempo de Líder. Eu havia
recomendado à Vera. Maria do Rosário que não solicitasse tempo de Líder depois
da chamada nominal, exatamente porque nós iríamos entrar imediatamente na Ordem
do Dia, e a Vera. Maria do Rosário atendeu essa recomendação do Presidente da
Casa.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO: Na Sessão passada.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. O Ver. João Dib, agora, solicitou na metade da chamada. Nós
só recomendamos para as Lideranças que não o façam, mas nós não podemos impedir
que alguém, realmente, peça tempo de Líder antes de entrarmos na Ordem do Dia.
O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nobre e eminente Líder do PT, Vera.
Maria do Rosário, eu acredito até que posso dizer que falo em nome dessa Casa
em tempo de Líder.
Ontem alguns Vereadores desta Casa estiveram numa obra extraordinária, o
Lar Santo Antônio dos Excepcionais, que entregava às criaturas humanas de vida
vegetativa as suas novas instalações. Foi um momento extremamente comovente - e
sei que o Ver. Pujol disse que eu falo também em seu nome -, porque foi algo
lindo de se ver. Foi um exemplo de solidariedade humana, de compreensão com a
dor e com o sofrimento de uma coletividade bastante grande.
Foram tantas as pessoas que ajudaram aquela obra, que a sua Presidente,
Profa. Élida Messias Ferreira, colocou uma placa em homenagem ao colaborador
anônimo. Mas é claro que poderiam ser destacadas muitas personalidades, muitas
entidades e muitos nomes. Em meu nome e, acredito, em nome de toda a Casa, a
solidariedade para a Profa. Élida Messias Ferreira. Élida Messias Ferreira
poderia chamar-se solidariedade, pertinácia, coragem, ousadia para construir o
que construiu a partir do nada.
A todos que puderam ajudar, levem o meu abraço, também, sabendo que faço
como está naquela placa: “Colaborador anônimo recebe o obrigado da
coletividade.” Era preciso que houvesse, na coletividade, mais Élidas Messias
Ferreira para que pudessem somar, congregar e produzir mais para aqueles que
sofrem, e sofrem muito. Não são aquelas criaturas de vida vegetativa que
sofrem, mas são seus familiares, as pessoas a elas chegadas que sofrem e que
vêem no Lar Santo Antônio dos Excepcionais uma oportunidade de vida, e vida é
extremamente importante.
Élida Messias Ferreira, o obrigado deste Vereador e desta Casa. Saúde e
paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com certeza absoluta, V. Exa. fala em nome, também, deste Vereador, Presidente desta Casa, que
ontem tive a honra, juntamente com o Ver. João Dib, de estar descerrando a
placa que inaugurava as novas obras do Lar Santo Antônio dos Excepcionais.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO (Esclarecimento): Sr. Presidente, esta Vereadora
entende que o Ver. João Dib pediu Liderança quando estava sendo feita a chamada
para entrar na Ordem do Dia. Temos a compreensão desse processo, mas não temos
por prática fazer isso e, por solicitação de V.Exa., utilizar de Liderança após
ser feita a chamada. Nós solicitamos que possamos entrar na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: De acordo com o que disse a V. Exa., eu posso recomendar aos Vereadores
que não utilizem o tempo de Liderança após a chamada para a entrada na Ordem do
Dia, mas não posso impedir que, antes de entrar, propriamente, na Ordem do Dia,
algum Vereador solicite tempo de Liderança. Eu só posso pedir que não o façam,
mas não posso impedir. O Ver. João Dib solicitou, e eu fui obrigado a ceder.
Agora é o Ver. Paulo Brum quem solicita, e eu não tenho como não ceder
Liderança, muito embora saiba que, na Sessão passada - volto a repetir -, eu
fiz uma solicitação a V. Exa., que aquiesceu, tornando possível a seqüência
normal da Sessão. Hoje, nós não tivemos o mesmo atendimento ao nosso pedido,
mas eu não posso ferir o Regimento.
O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, se procurarmos nos
Anais desta Casa, veremos que o PTB, embora sendo a segunda maior Bancada deste
Legislativo, raras vezes utiliza o tempo de Liderança. Por isso, eu me
considero desculpado por essa falha que a Vera. Maria do Rosário diz que
estamos cometendo.
Quero registrar, como o Ver. João Dib fez, a inauguração daquele
belíssimo hospital para atendimento dos portadores de deficiência - os
vegetativos. O nosso Presidente estava presente, mais os Vereadores Antônio
Losada, João Carlos Nedel e outros.
Nós ainda continuamos estarrecidos, Ver. João Dib. A sociedade tem que
se organizar, se reunir, para que, de direito e de fato, atenda os anseios, as
necessidades daqueles seres humanos que precisam de atenção e de assistência.
Nós sabemos que a nossa Constituição Federal determina que a Nação, que os
Estados, que os Municípios busquem meios para que, de fato e de direito, essas
pessoas sejam assistidas e tenham direito à vida.
Mais uma vez, nós vemos a sociedade organizando-se em busca de fazer com
que esse direito seja garantido. Queremos, ainda, usar este tempo para
registrar o belo trabalho que a Profa. Élida vem desenvolvendo juntamente com a
sua diretoria, com os seus, como o Ver. Dib bem colocou, ajudantes anônimos,
pessoas que, de uma maneira ou de outra, procuram fazer com que essa bela obra
venha sendo desenvolvida na Capital e em todo o Rio Grande do Sul.
Aproveitando essa Comunicação de Líder, quero aproveitar para fazer um
questionamento à Bancada do PT, pois, mais uma vez, nós, portadores de
deficiência, buscamos a sensibilização do Poder Público para que os nossos
direitos sejam respeitados.
Estamos preocupados com a fúria dos “azuizinhos”, que cuidam do trânsito
em Porto Alegre, porque, quando chega ao meu gabinete uma denúncia, procuro
tentar resolver da melhor maneira possível, mas, quando chegam duas ou três,
preocupa. Temos pais e mães que transportam seus filhos, portadores de
deficiência física, para fazer reabilitação em algumas clínicas em Porto
Alegre. Sempre houve, por parte da Brigada Militar, uma certa condescendência
com o fato de este pai estacionar o seu carro para poder levar o seu filho numa
cadeira de rodas para fazer reabilitação. Pois bem: chegaram ao meu gabinete
diversas denúncias dos “azuizinhos”, que não estão tendo esta condescendência
de analisar com carinho cada caso, e não procurar enquadrar na lei fria, enfim,
fazer com que esses fatos não ocorram.
Um pai que estacionou seu carro em frente a uma clínica na Rua Felipe
Camarão para descer sua filha que usa cadeira de rodas para fazer fisioterapia
falou com o “azulzinho”. Ele diz que não pode, que é lei, que ele tem que
praticar a lei e multar os carros mal-estacionados. Orientou que ele fosse
procurar a Central, na Protásio Alves. Ele foi até lá, porque achava que era um
direito seu, que poderia facilitar a sua vida. Foi lá, na Central Leste, mas
foi mal-atendido. Disseram que, se está fora da lei, tem que ser multado, tem
que ser guinchado.
Faço um apelo aos amigos do PT, ao meu amigo Secretário dos Transportes,
Bertotto, nosso amigo, sensível. O Prefeito Raul Pont veio, nesta Casa,
sensível, e, de repente, um cara que se acha dono da verdade acha que a lei
fria tem que ser praticada, que tem que ser multado e guinchado. Eu peço que
analisemos com carinho, pois cada caso é um caso. Esse pai tem no seu carro o
símbolo de acesso, que identifica que ele está transportando deficiente físico.
Pedimos, enfim, mais uma vez, à nossa Administração Pública, ao
Secretário dos Transportes, meu amigo Bertotto, que analisem esses casos, para
que possamos fazer um mundo mais humano e uma cidade mais justa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero cumprimentar os Vereadores do PMDB, Eloiza Grassi, Walace Santana
e Luiz Picoli, da Cidade de Bananal, Espírito Santo, que nos visitam nesta
Casa. Sejam bem-vindos.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, este
Requerimento é no sentido de que invertamos a ordem dos trabalhos, na Ordem do
Dia, passando imediatamente aos Requerimentos. A nossa proposta é que o
Requerimento nº 184, que trata de encaminhamento à Assembléia Legislativa de
proposta de Emenda Constitucional sobre a questão do plebiscito para alterações
no BANRISUL, seja votado em primeiro lugar; em segundo lugar, o Requerimento de
urgência, do Ver. João Dib, no Processo nº 2323/98, que trata da constituição
de cargos e nomeações de monitores concursados na FESC; em terceiro lugar, o
Requerimento de urgência, também do Ver. João Dib, que trata da alienação de
imóveis, Projeto de Lei do Executivo nº 027/98.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, a minha sugestão é de que se
aceite a proposta da Vera. Maria do Rosário, Líder do PT, mas que os
Requerimentos sejam votados de acordo com a ordem de entrada no Protocolo.
O SR. PRESIDENTE: O Requerimento da Vera. Maria do Rosário é no sentido de que apenas
esses Requerimentos sejam votados.
Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o
Requerimento.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu me considero Vereador há muito tempo para ser pautado
neste Plenário. Fiz uma proposta absolutamente honesta e justa. Não sei qual o
requerimento que entrou primeiro, mas foi um teste para saber da seriedade com
que se encaminham os requerimentos nesta Casa. Ninguém vai me pautar. Eu não
sei se os requerimentos que foram dados com o meu nome, mas que interessam à
Administração - portanto, interessam à Cidade, não ao Ver. João Dib -, entraram
antes que o Requerimento nº 184. Mas parece que a Casa só tem o Requerimento nº
184. Será que é porque o momento é eleitoral, ou será por que querem decidir
alguma coisa nesta Cidade? Em primeiro lugar, a Cidade de Porto Alegre. Eu
tenho profunda tristeza, porque trouxe a esta Casa o Requerimento de urgência
para votar um projeto de interesse da Cidade, um projeto do Executivo Municipal
que pede financiamento para o DMAE, que pretende entregar a Estação de
Tratamento de Esgoto em junho do ano que vem e esta Casa não vota. O Parecer
está elaborado e esta Casa não vota.
A minha proposição, Sr. Presidente, foi apenas um teste para ver a
seriedade com que está sendo tratado o assunto. Por isso tem sido retirado o
quórum do Plenário, porque parece que só tem um assunto nesta Cidade: o que
envolve os jovens, os senhores, aquela gente boa do BANRISUL. E o resto da
Cidade? E o esgoto da Cidade? E os servidores que a Prefeitura precisa para
continuar resolvendo os seus problemas? Isso não interessa. Por que não votar
depois do dia 4 de outubro? Qual é o problema? Se nós podemos esperar alguma
coisa como o saneamento básico da Cidade, será mais importante uma mensagem à
Assembléia Legislativa, que poderá ser aprovada ou não? Não significa que a
Câmara Municipal encaminhando seja aprovado. Outras foram encaminhadas e não
foram aprovadas, e nós temos absoluta tranqüilidade na minha Bancada. A minha
Bancada liderou aqui um movimento para a não-privatização da CORAG e a CORAG
fez vinte e cinco anos sexta-feira.
Nós temos tranqüilidade. Nós agimos com seriedade e com
responsabilidade. Por isso o teste. Se não for triste para alguns, eu vou votar
contrariamente ao Requerimento da Vereadora Líder do PT, que não concorda com
nada. Não teria nenhum problema. Eu confesso com toda a lisura, com toda a
responsabilidade: não sei qual foi o Requerimento que entrou primeiro. Saúde e
paz!
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente, eu gostaria que o Ver. João Dib
explicitasse melhor o seu Requerimento para que nós pudéssemos debater, se ele
quer que seja de todos os Requerimentos que estão na Ordem do Dia, na ordem em
que eles ingressaram no Protocolo Central, ou se é dos três Requerimentos que
nós destacamos. Pelos três? Então, quero encaminhar.
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, existem momentos,
nesta tribuna, em que é preciso que possamos nos dizer determinadas coisas, mas
seriedade nós conferimos a todos os Srs. Vereadores desta Casa, a todas as
Bancadas e, com certeza, não dispensamos a nenhum de nossos colegas que nos
venha conferir. Temos seriedade, sim, e uma prioridade nesta Casa, uma
prioridade política, sim, Srs. Vereadores, e não há por que, numa casa
política, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, com diferentes bancadas e
partidos políticos, representando frentes diferentes, não termos um posicionamento
claramente político. A vacilação, e uso uma palavra dura conosco mesmo, que
tivemos que concordar com o Requerimento do Ver. João Dib, é porque a Bancada
do PT, às vezes, fica um pouco escaldada. Nós queremos votar, nesta tarde, três
Requerimentos. Queremos e solicitamos às Bancadas que atuem conosco para que o
primeiro Requerimento a ser votado seja o Requerimento que trata de um
plebiscito, quando se fala em qualquer modificação ou alteração quanto ao
BANRISUL. Ninguém, por favor, diga, a quem quer que seja, que o BANRISUL não
lhe diz respeito. Não se diga, na Câmara de Vereadores, que o BANRISUL não nos
diz respeito. Não se diga para os pequenos e médios empresários, para os
correntistas, para os da Caixa Estadual, que foram jogados num vazio, para quem
está nas filas, sabendo que o Banco pode nos dar mais e melhor atendimento, que
seus funcionários estão sobrecarregados, sabendo que tudo que se investe hoje
se investe onde não é necessário, que o BANRISUL não lhe diz respeito. Não se
diga que o BANRISUL não é uma questão de Porto Alegre, porque esta Cidade
precisa do BANRISUL, porque a nossa gente precisa do BANRISUL e porque temos um
posicionamento claro.
Quando esta Casa se posicionou contra a privatização da CORAG - foi
muito bem lembrado aqui -, quando se posicionou contra a privatização do Banco
Meridional, quando se posicionou contra a privatização da CRT, quando não
desejávamos e lutamos contra a privatização da CEEE, em todos esses momentos
nós estivemos presentes aqui, com as diferentes bancadas. Eu lembro da Bancada
do Ver. João Dib. O Ver. Pedro Américo Leal sempre conosco, o Ver. Pedro Ruas
também, e tantos outros - a Bancada do PT, o Ver. Elói Guimarães, que está
aqui. Quantas e quantas vezes lutamos juntos contra os desmandos que têm
comprometido o patrimônio público do Estado e o patrimônio público nacional? E
é porque estamos ameaçados, Ver. João Dib, é porque nos sentimos, muitas vezes,
acuados e precisamos lutar e precisamos usar a nossa tribuna na defesa do que é
do nosso povo, da nossa gente, que neste momento dissemos “não”.
Queremos, primeiro, o Requerimento do BANRISUL, mas V. Exa. tem razão, e
preciso dizer desta tribuna. Se olharmos a ordem dos três Requerimentos, este
Requerimento, que é assinado pelas Lideranças do PT, do PDT e do PSB, tem a
data de entrada no Protocolo de 14 de agosto - portanto, anterior aos outros
dois Requerimentos, que, naturalmente, também queremos votar hoje, que são de
grande importância para nós, que tratam de monitores da FESC. Este aqui, monitores
da FESC, data de 17 de agosto - portanto, é posterior. O que trata da alienação
de imóveis data de 21 de agosto, é posterior. Então, V. Exa. não diga que a
Bancada do PT não tem um relacionamento fraterno com as outras Bancadas.
Estamos aqui reconhecendo que V. Exa. tem razão, porque nós também temos razão
de priorizarmos, neste momento, o Requerimento que trata do BANRISUL. E
estamos, mesmo que estranho possa parecer, falando das mesmas coisas, com o
mesmo objetivo, pelo menos neste momento, nesta tribuna.
Portanto, Sr. Presidente, requeiro que acatemos o Requerimento do Ver.
João Dib, que destaquemos esses três Requerimentos na ordem em que eles
ingressaram, porque a ordem também favorece a política, que é o que nos
interessa. É a prioridade, neste momento, para o que é prioritário: o interesse
do povo gaúcho, o interesse do povo de Porto Alegre, um banco que é nosso e que
não vamos permitir que seja vendido a troco de banana. Obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Há o Requerimento da Vera. Maria do Rosário, que está sendo votado, que
solicita que esses três Requerimentos sejam votados primeiramente e, logo após,
entremos nos processos normais, de acordo com os avulsos. Existe um adendo do
Ver. João Dib, que pede que os processos sejam votados, esses três, de acordo
com a ordem de entrada no Protocolo. Acredito haver um acordo entre os dois
Vereadores, e colocaremos o Requerimento com o adendo para que seja votado.
Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Solicito que o Ver. Juarez Pinheiro leia o Requerimento nº 184/98.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.) “Requer seja encaminhada à Assembléia Legislativa Proposta de
Emenda à Constituição do Estado do Rio Grande do Sul (Necessidade de plebiscito
para alterações no BANRISUL).”
O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu encaminhamento é obviamente
pela aprovação do Requerimento, que é feito por três partidos e, com certeza,
deverá ter a aprovação de outros tantos. Na verdade, estamos tratando de um
tema que interessa a Porto Alegre, ao Rio Grande, ao Brasil.
O que assistimos nos últimos anos, particularmente nos últimos meses,
ainda mais nos últimos dias, é a uma idéia que tomou conta do Governo Federal e
de diversos governos estaduais brasileiros alinhados com esse projeto do
Governo Federal, qual seja, a de que não se tenham instituições bancárias
vinculadas e/ou controladas por governos estaduais como acionistas majoritários
na medida em que para determinados segmentos, não só do Governo Federal,
segmentos também estrangeiros, é mais fácil, melhor e mais rentável negociar
com instituições privadas. De outro lado, nós temos o prejuízo direto e imediato
às populações dos Estados. E por que esse prejuízo é tão direto e imediato?
Porque, na verdade, esses são bancos, são instituições financeiras e
instituições de crédito que financiam a produção, que fazem o custeio de uma
lavoura e de uma pecuária, que fazem, enfim, o crédito necessário ao
desenvolvimento. Estranho pode parecer que o Governo, Ver. Cyro Martini, não
queira o desenvolvimento. Não nos cabe dar essa explicação. Caberia ao Governo
ou aos governos.
O que se busca aqui me parece que pode ser uma medida que todos apóiem.
Ou alguém entre nós é contra a manutenção de um banco nas condições do
BANRISUL, por exemplo? Há poucos dias, o BEMGE era privatizado e vendido,
comprado pelo Banco Itaú, nas condições em que outros bancos, na mesma linha de
raciocínio, na mesma política de privatização e venda, foram privatizados e
vendidos. O que se quer é que haja uma manifestação de Porto Alegre com relação
ao tema, que interessa a Porto Alegre, ao Rio Grande e ao Brasil, porque para
nós esse verdadeiro leilão do patrimônio público que ocorre neste momento
merece a nossa atenção e a nossa posição, e Porto Alegre tem a tradição de ter
uma posição em cada tema de interesse nacional ou estadual. Nem vamos falar nos
interesses municipais, mas nos temas relevantes de interesse estadual ou
nacional. Porto Alegre tem tido sempre uma posição de vanguarda, uma posição
progressista e conhecida pelo Estado e, eventualmente, pelo País. Não há tema
que interesse ao Brasil e que não interesse a Porto Alegre. Não há tema que
interesse ao Rio Grande e que não interesse a Porto Alegre. O tema da
manutenção de um banco da importância e da expressão do BANRISUL interessa ao
Brasil, ao Rio Grande e a Porto Alegre. Nós temos a obrigação de nos
manifestar, eventualmente, contra o Requerimento. Respeito quem tem outra
posição, mas nós temos a obrigação de examinar o tema, Ver. Carlos Garcia, de
decidir sobre ele e de transmitir a Porto Alegre, ao Estado e ao Brasil a
posição desta Câmara, uma Câmara que tem tradição em manifestações nesse
sentido, uma Câmara que pode ter uma posição até mesmo contrária àquilo que
nós, individualmente ou partidariamente, entendemos como correta, mas uma
Câmara que tem posição sobre o tema.
Por isso, Sr. Presidente, concluo dizendo que, independentemente do
resultado desta votação, independentemente da vontade de Porto Alegre,
traduzida no voto dos seus representantes nesta Casa, nós teremos, sim, hoje,
novamente, uma posição da Câmara Municipal de Porto Alegre sobre um tema de
interesse nacional, regional e da Capital. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, eu vou solicitar que, por favor, não se manifestem,
nem com aplausos, nem com apupos. Os senhores são bem-vindos a esta Casa. Nós
fazemos questão que os senhores estejam presentes nos processos de votação, de
discussão, mas eu peço que não haja manifestações, porque isso fere o nosso
Regimento.
O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar o
Requerimento nº 184/98.
O SR. RENATO GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaríamos de
registrar aqui que essa proposição, além de contar com a assinatura das
Lideranças do PT, do PDT, do PSB e do PPS, conta, sem sombra de dúvida, com o
apoio dos demais Vereadores de outras bancadas, que foram consultados e
colocaram que apoiavam o Requerimento - só não assinariam por uma discussão de
partido. Nós fazemos este registro porque sabemos que, no conjunto das bancadas
dos demais partidos, há Vereadores que são a favor desse Requerimento.
Também fazemos o registro de que, em cento e quarenta Municípios do Rio
Grande do Sul, esse Requerimento foi aprovado pela maioria dos Vereadores
dessas Câmaras, mostrando que não é uma discussão de um bloco partidário, que
esse debate é uma discussão suprapartidária, a necessidade de aprovarmos
medidas que mexam com a condição do BANRISUL, medidas que mexam com o seu
controle acionário, com a possibilidade de cisão, de venda ou modificação. Para
essas medidas é necessário o debate com o povo do Rio Grande do Sul e o seu
voto na busca de um plebiscito. Para que sejam realizadas mudanças na estrutura
do BANRISUL é necessária a busca da vontade do povo gaúcho.
A partir do processo de fechamento da Caixa Econômica Estadual, onde
contas bancárias, contas-correntes, contas-poupança foram transferidas para o
BANRISUL, ocorreu o aumento das filas. Esse foi um debate permanente aqui na
Câmara de Vereadores. Aprovamos três projetos com conteúdos que dão destaque à
questão do sistema financeiro e do que significou o fechamento da Caixa. O
conjunto de Vereadores desta Casa aprovou esses projetos que sinalizam a
importância de mantermos o BANRISUL com o seu caráter de banco público estatal
que incentiva o fomento econômico, que seja o agente financiador do pequeno e
médio empresário. Esta Casa já demonstrou que concorda com essa figura do
BANRISUL nos projetos que votou. No nosso entendimento, este Requerimento
reforça mais ainda este caráter. É interessante que se registre que outras
emendas foram promovidas, pois no ano passado esta Casa votou a PEC, que também
destacava a importância do plebiscito para qualquer mudança que se fizesse na
Caixa Econômica Estadual. Isso não passou na Assembléia, mas, com certeza, com
a busca e a conversa que tivemos com a grande maioria dos Vereadores sobre esta
PEC, sabemos que o caminho para o BANRISUL é outro, diferente do da Caixa
Estadual. Acreditamos, e por isso propusemos e buscamos assinaturas da maioria
dos Vereadores desta Casa no sentido de que o BANRISUL, independentemente do partido
político, é um banco que deve ser defendido por todos e mantido com o seu
caráter de público e estatal.
Portanto, o encaminhamento da nossa Bancada é no sentido de que esta
Casa possa dar uma demonstração ao Rio Grande do Sul, aos outros Municípios, além
desses cento e quarenta, de que o cidadão do Rio Grande do Sul, pela sua
representação, o cidadão de Porto Alegre, pela sua representação, têm uma
opinião em relação ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Esse Banco é um
banco nosso. Continua com a sua característica de ser público e estatal. É essa
a manifestação que pedimos ao conjunto desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº
184/98.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a seriedade e a responsabilidade não
se casam com a tentativa de pautar. Nós demonstramos claramente que não
aceitamos ser pautados por ninguém. Quando coloquei no encaminhamento que fazia
ao Requerimento da Vera. Maria do Rosário, dizia, com a tranqüilidade de
sempre, que não sabia qual dos três Requerimentos havia ingressado em primeiro
lugar. Apenas queria que votassem em primeiro lugar o que em primeiro lugar
ingressou. O primeiro a ter ingressado é o que está sendo discutido agora. Na
minha Bancada, não é novidade; o que é estranheza é o PT, que não aceita
plebiscito, querer plebiscito. Agora quer plebiscito. Mas várias coisas em
Porto Alegre, que temos na Lei Orgânica e que podem ser razão de plebiscito,
não interessam ao PT, de jeito nenhum.
Já disse anteriormente: a nossa Bancada comandou, neste Plenário, a
não-privatização da CORAG, que completou vinte e cinco anos na sexta-feira, e
saudamos, em nome dos Vereadores Alberto Moesch, João Nedel, Pedro Américo Leal
e do meu e daqueles que desejarem saudar, a CORAG pelos excelentes serviços
prestados. A nossa Bancada, na pessoa do Ver. Pedro Américo Leal, lutou pela
não-privatização do Meridional, e foi a voz forte de Pedro Américo Leal que se
ouviu em Brasília. Claro que viajaram outros também, mas era o mais experiente,
o mais antigo, o que conhecia mais gente.
A nossa Bancada também ama o Rio Grande e também quer o BANRISUL.
Iludem-se todos os que tentaram pautar esta Casa; mas nós votamos as coisas na
ordem de colocação, com a seriedade e a responsabilidade com que devem ser
votadas. Nós não adiamos votação porque há funcionários nas galerias. Não
fazemos isso. E temos que nos retirar do Plenário. Não fazemos isso. Nós
votamos. Se alguém acha que a retirada do Plenário não é uma medida
democrática, justa e correta, equivoca-se. Agora, a retirada do Plenário serve
para os dois lados.
Recentemente votaram as contas do Prefeito Tarso Genro no ano de 1995.
Foram aprovadas por 13 a 04 votos e 01 abstenção. A Bancada do PT não estava
toda aqui para aprová-las. E eu provei depois que não houve a aprovação das
contas, porque três que votaram eram do PT e estavam impedidos, na forma da Lei
Orgânica, de votarem. Então, não havia quórum. Mas eu não queria criar
problema. A minha Bancada é responsável. Nós estamos, os três Vereadores da
nossa Bancada, permanentemente, neste Plenário. Agora, não seremos pautados.
Se o PT tivesse conduzido com a tranqüilidade com que deve ser conduzido
um requerimento, ele já teria sido votado. Nós não temos nada contra a Emenda
que se propõe. Agora, temos tudo contra aqueles que tentam nos pautar. Por isso
eu disse que seriedade e responsabilidade nos dão a tranqüilidade de propor o
que eu propus. Eu não sabia qual era a ordem de entrada dos três Requerimentos.
Eu fiz com absoluta isenção e tenho convicção de que a oposição, nesta Casa,
faria por todos os seus Vereadores a mesma coisa, porque nós não vamos ser
pautados. Nós não iludimos ninguém. Nós temos um passado para garantir aquilo
que nós fazemos.
Como eu disse, a iniciativa da não-privatização da CORAG foi da Bancada
do PPB, à época também apoiada pelo então Ver. Jair Soares. Na não-privatização
do Meridional, o grande vilão da história foi o Ver. Pedro Américo Leal. Toda a
Casa trabalhou pela não-privatização, foi unânime. Então, não temos nada contra
a proposição que agora está sendo discutida. Mas seriedade e responsabilidade
não se misturam com pauta. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Cumprimentamos os alunos e as Professoras Simone e Cristiane, da 3ª
série do Colégio Sévigné. Sejam bem-vindos a esta Casa. (Palmas.)
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar pelo PFL.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, seria cômodo
para mim, que estava ausente do Plenário no momento em que se vai votar esse
Requerimento, continuar ausente do Plenário. Tenho comigo mesmo que esse
Requerimento já, antecipadamente, está aprovado, na medida em que recebe a
chancela de pelo menos duas bancadas da Casa de forma integral. Isso, por si
só, dá a maioria necessária para, em qualquer circunstância, justificar a sua
aprovação.
Por que venho à tribuna, então, se antecipadamente já conheço o destino
da matéria? Eu distribuo esse Requerimento em dois momentos e, de certa forma,
divirjo do Ver. João Dib na análise, mas, no fim, chegamos à mesma conclusão.
Tecnicamente, temos duas situações: uma, de decidir se é legítimo a Casa se
manifestar no sentido de satisfazer uma exigência constitucional, somar-se a um
grupo de Câmaras Municipais que hoje parece que chega a cento e vinte - pelo
menos é a informação que recebemos em correspondência que nos foi dirigida no
dia de hoje - e procurar satisfazer uma exigência legal que estabelece um
quórum mínimo de apoiamento para que seja registrada, protocolada, na
Assembléia Legislativa do Estado uma proposta de Emenda Constitucional. Esse é
um fato que me parece pacífico. Acho legítima uma eventual maioria propor e
obter a adesão da Casa a esse objetivo. Acho legítimo. O teor da Emenda
Constitucional proposta é outro departamento. Eventualmente, terão que decidir
sobre o mérito os integrantes da Assembléia Legislativa do Estado.
Então, que não pareça que estou atirando a bola para os Deputados,
dizendo: “o Pujol, politicamente, acomodou com o PT, com o PDT, com o PPS e
sentiu que estava derrotado; aí veio e disse: ‘não, tudo bem; está cheio de
funcionários aqui, do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, que, honestamente,
estão defendendo a posição’.” Aí eu venho aqui e tudo bem: afinal, sou
candidato, como várias pessoas na Casa, e posso fazer um belo discurso e dizer
que sou solidário com o movimento do BANRISUL porque ele objetiva preservar o
Banco do Rio Grande como empresa pública no Rio Grande do Sul, e isso é uma
medida correta. Não. Eu não vou ser desonesto com ninguém nesta Casa, porque
isso não faz parte da minha história. Acho que a Emenda que se quer propor é
uma aberração jurídica e está contra o processo histórico querer se colocar na
Constituição a obrigatoriedade de uma empresa pública ser ou não controlada
pelo Estado. Acho que é um equívoco, mas respeito essa posição. Honestamente,
não estou passando um problema que hoje se coloca como um problema político e
ideológico para a decisão dos senhores parlamentares. Eu não sou um integrante
da Assembléia Legislativa do Estado, a quem caberá, em última análise, decidir
quanto a essa proposta de Emenda Constitucional; serão eles que vão decidir. Se
eu estivesse na Assembléia Legislativa do Estado, nessa ocasião, votaria
contra, não por ser contra que o Banco do Rio Grande do Sul seja público, não
por entender que ele deva ser privado, mas, sim, porque entendo que a
Constituição do Estado não deve decidir sobre essas coisas. É uma posição
eminentemente técnica de minha parte, que sustento com toda a tranqüilidade.
Sr. Presidente, vou aguardar para colocar o meu voto. Eu recebi um apelo
no sentido de que votasse a favor. Honestamente, não vejo nenhuma
inconveniência. Eu não cometeria nenhum deslize, nenhuma incoerência se votasse
a favor, porque, afinal, estou votando a favor de uma decisão da Câmara de se
integrar num movimento, o que faz parte
de um contexto político que eu tenho que respeitar, porque a maioria desta Casa
é de esquerda, é estatizante, e eu não sou, mas eu não posso parecer para a
história como uma pessoa que se acovardou pelo simples fato de que a Casa está
repleta de funcionários do Banco, e pode parecer que eu esteja aqui para
agradar. Eu almejo que os senhores tenham êxito no objetivo de vê-la
apresentada.
Se eu fosse Deputado - quem vai decidir sobre ela são os Deputados -,
votaria contra, pelas razões que já expus. Por isso, num ato de coerência
política, não vou acompanhar o Requerimento da Vera. Maria do Rosário, ainda
que reconhecendo a sua legitimidade. Sei que a proposta está bem fundamentada e
que satisfaz às exigências regimentais. Submeto-me antecipadamente à decisão da
maioria da Casa, que vai decidir pela aprovação, mas votarei contrário. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar o
Requerimento nº 184/98.
O SR. HÉLIO
CORBELLINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e, em especial,
minha querida netinha Mariana, que está junto com os seus colegas do Sévigné.
Há duas questões aqui: primeiro, levar ou não ao plebiscito, ao
julgamento popular é uma questão política que tem que ser enfrentada, mesmo não
considerando o mérito das privatizações, se deve ou não, tal ou qual
patrimônio, tal ou qual empresa. Eu acho que a questão do plebiscito é
inegável. Ninguém pode ter receio do julgamento popular. Eu acho que ninguém
pode privar a sociedade da discussão desses grandes temas e desses grandes
problemas. Eu penso que inclusive os Deputados da Assembléia - eu também acho
que vai ser muito difícil passar esta Emenda - deveriam primeiro pensar nisso:
se vale, se deve ou não haver plebiscito, Ver. João Dib, para essas grandes
questões. Eu acho que aí depende de ideologia, pois todos nós queremos, sim,
que a participação popular decida sobre isso.
Em segundo lugar, há a questão do BANRISUL. Nós, do PSB, vimos à tribuna
declarar que somos amplamente favoráveis a essa proposta de Emenda à
Constituição Estadual pelas razões já expostas pelos companheiros Vereadores
que aqui nos antecederam, e com uma solicitação aos companheiros do Banco de
que lutem internamente no Banco para que se crie uma carteira de empréstimos de
risco para os pequenos empreendedores, porque, se isso acontecer, acho que
teremos um banco estatal que vai poder desencadear um processo de formação, de
solidez dos pequenos empreendedores e dos microempresários. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Juarez Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar pela Bancada do PTB o Requerimento nº 184/98.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, quero agradecer mais uma vez à
Liderança do meu Partido, que me concede a possibilidade de falar no lugar da
Liderança, encaminhando este Projeto. E, se fosse integrante da Assembléia
Legislativa e se estivesse entre os Deputados, talvez o meu posicionamento
fosse um tanto mais criterioso na análise desta matéria, porque, se nós formos
ler a íntegra do parágrafo terceiro desta proposta que será votada na Assembléia,
nós vamos ver que a proposta não cabe apenas para o BANRISUL. Ela, a proposta,
abrange todas as sociedades de economia mista, pois, quanto às que possuírem
controle acionário do Estado, “o Estado fica obrigado a manter o poder de
gestão, exercendo o direito de maioria de votos na Assembléia Geral”.
Acredito, Ver. Gerson Almeida, sinceramente, que esta é mais uma questão
para ser digerida pelos Deputados na Assembléia Legislativa. Eu acredito que os
Deputados, de todos os partidos, que forem discutir essa matéria na Assembléia
Legislativa terão oportunidade de emendar esta matéria, de modificar esta
matéria, de colocar substitutivo, de aprovar, de rejeitar. Esta tem que ser a
atitude do Deputado. O Deputado vai ter que se posicionar, e eu disse
inicialmente: se eu fosse Deputado, se estivesse integrando a Assembléia
Legislativa, eu seria mais criterioso na análise desta matéria, mas eu julgo
que nós não podemos negar o direito de a Assembléia analisar este processo e
saber da conveniência de aprovar ou não.
Participando de um seminário onde estava presente o Governador do
Estado, Dr. Vicente Bogo, onde estavam também presentes, Ver. Cláudio Sebenelo,
todos os representantes de bancos centrais dos países latino-americanos, mas
com vários representantes de países de outras regiões do planeta, o Dr. Vicente
Bogo fez um pronunciamento contrariando a opinião que havia sido manifestada
pelo Ministro da Fazenda, que também estava presente neste encontro, dizendo
que, “ao contrário do que acontece no restante do País, aqui, no Rio Grande do
Sul, nós temos uma instituição bancária que está saneada e que na verdade não
merece o mesmo tratamento que pode ser dado para as outras agências regionais
nos outros Estados brasileiros”. O Sr. Governador, naquele encontro, também se
manifestou como um defensor de que o BANRISUL não seja uma empresa privatizada
e que possa, na verdade, encontrar um local, um lugar para que possa gerar,
através do seu trabalho, aqueles efeitos favoráveis que o Estado pode esperar.
Somos homens públicos, a sociedade num geral, que é representada pelos homens
públicos, pela Assembléia Legislativa, pela Câmara de Vereadores, pelo
Congresso Nacional, e não podemos, na verdade, discutir uma
matéria como esta, pensando apenas no segmento funcionários do BANRISUL. Seria
uma irresponsabilidade de todos nós.
Esta matéria tem que ser discutida assim como vem sendo discutida e como
foi discutida pelo Governador. Ele acredita que o BANRISUL merece permanecer.
Pelo menos eu ouvi esse discurso do atual Governador frente aos representantes
de bancos centrais de outros países. O BANRISUL merece permanecer, porque é uma
instituição, hoje, saneada e que tem o seu lugar bem claro, bem determinado. O
seu papel está realmente definido, e acredito que a essa altura dos acontecimentos
nós não poderíamos falar, como em outras regiões brasileiras, em privatização
do BANRISUL.
Eu recomendaria a nossa Bancada que votássemos a favor deste
Requerimento e deixássemos que na Assembléia Legislativa houvesse um
posicionamento dos Deputados a respeito desta proposta para modificação da
Constituição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
(O Sr. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, o Requerimento nº 184/98. (Após a chamada.) APROVADO por 26 votos SIM, 01 NÃO.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que seja feita a leitura da Declaração de
Voto dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.) “Por ter confiança na palavra do Governador Antônio Britto, que
garante não haver a privatização do BANRISUL, votamos ‘sim’ à proposição em
epígrafe.”
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, que solicita
urgência para o PLE nº 025/98.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. João Dib
pede urgência para o Projeto de Lei do Executivo Municipal que cria cargos para
a Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC - e dá outras providências.
Este Projeto foi encaminhado para a Casa há mais de trinta dias. Correu
Pauta nos dias 10, 14 e 17 de agosto, tendo sido protocolado no dia 24 de julho
de 97, no recesso parlamentar. Começou a contar o seu prazo de tramitação na
Casa no primeiro dia útil deste segundo semestre legislativo, mais precisamente
no dia 2 de agosto do corrente ano. Por conseguinte, no dia 2 de setembro, ele
conta trinta dias de tramitação, e poderia ser solicitada a aplicação do art.
81, como foi solicitada para várias matérias que tramitam na Casa há dois anos
e que estão engordando a Ordem do Dia sem serem votadas. Eu nem lembro quando
foi votado o último projeto de lei nesta Casa. Foram votados dois projetos do
Executivo na segunda-feira, mas projetos feitos pelos párias, que são os
integrantes deste Legislativo. Há muito tempo não se vota.
O gesto do Ver. João Dib, de se transformar em um auxiliar da Cidade,
apoiando uma iniciativa do Executivo pedindo que ela seja decidida com
urgência, é extremamente louvável, em que pese, Sr. Presidente, eu entender que
nós devemos ter alguma consideração com nós mesmos. Afinal de contas, eu sei de
projetos, como um da Vera. Clênia Maranhão, ou nosso mesmo, que estão nesta
Casa, penso eu, desde 97, quando não 96, na Ordem do Dia, e que não são
votados. Hoje mesmo nós invertemos a Ordem do Dia para votar esses
Requerimentos, dos quais o primeiro já foi votado. Há muito tempo pretendia a
maioria da Casa vê-lo votado, que é o apoio à iniciativa de se promover uma mudança
na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, introduzindo este dispositivo
que foi largamente comentado.
Agora estamos diante da solicitação do Executivo, que quer criar trinta
e cinco cargos de monitor na Fundação de Educação Social e Comunitária. Tenho
profundas dúvidas quanto ao teor da lei eleitoral, quanto à legalidade do
Projeto, mas o que o Ver. João Dib requer não é a votação pura e simples da
Casa. Ele quer a audiência conjunta das Comissões. E isso vai tirar, pelo
menos, no coletivo da Casa, da Comissão de Constituição e Justiça. CEFOR,
CUTHAB e a Comissão de Educação, Cultura e Esportes poderão permitir uma
discussão a respeito deste ato que vai ser praticado. A nossa Procuradoria diz
que nada tem a opor quanto aos aspectos jurídicos.
Creio que, nas Comissões, o relator-geral, que vai ser designado, terá
que atentar para esse particular. Não estou discutindo o mérito da criação de
maior número de monitores. Só estou tendo este acautelamento porque estamos a
quatorze dias das eleições e, se tivermos algum risco de fazer algo
antijurídico, por que não aguardar quatorze dias e fazer corretamente? É a
colocação que faço. Não estou discutindo o mérito. Estou discutindo,
exclusivamente, o Requerimento do Ver. João Dib, que quer regime de urgência
para essa matéria. E quer mais do que isto: quer a audiência conjunta das
quatro Comissões.
Vou, provavelmente, votar a favor do Requerimento, porque sei que o Ver.
João Dib é um homem correto, que gosta desta Cidade, que gosta das coisas
certas e deve ter razões especiais que ainda não percebi. Até agora só tenho um
temor, que é quanto à legalidade deste Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero
registrar que eu confio na aprovação do Requerimento de urgência do Ver. João
Dib e confio na unanimidade, inclusive, com a qual nós podemos aprovar esse
Requerimento, com o voto, também, do Ver. Reginaldo Pujol, que ocupou esta
tribuna, porque há absoluto interesse público nessa matéria.
Somos zelosos. Estamos na véspera de um momento dos mais importantes
para a democracia, que é o momento eleitoral, mas estamos aqui debatendo outro
assunto.
No dia 23 de julho de 1998 ingressou na Casa uma solicitação do
Executivo Municipal para nomearmos concursados da Fundação de Educação Social e
Comunitária, em número de trinta e cinco, para monitores, justamente para o
atendimento dos abrigos.
Nós estamos trabalhando, em Porto Alegre, um novo conceito de
atendimento aos moradores de rua, aos meninos e meninas que vivem nas ruas, às
pessoas vítimas de violência, às mulheres, crianças e jovens: o conceito do
abrigo e não do albergue. Nós precisamos superar, cada vez mais, a idéia de que
as pessoas devem ser albergadas quando não têm mais para onde ir. Albergar é
passar a noite e, na verdade, nós precisamos mais do que isso. Nós precisamos
que as pessoas tenham um lugar para passar a noite, a possibilidade de recompor
a sua vida, a possibilidade de ter um atendimento humano, e isso significa
apostar, trabalhar, de fato, com essa idéia dos abrigos.
Nós temos, em Porto Alegre, quatro abrigos. Um deles trata de uma
população-alvo bastante diferenciada, que é a Casa de Passagem, que atende
meninos e meninas vítimas de violência e que são encaminhados pelos Conselhos
Tutelares e pelo Poder Judiciário. Temos, também, o Abrigo Municipal Ingá
Brita, que é destinado a abrigar adolescentes de 14 a 18 anos cujo vínculo
familiar esteja prejudicado. Há outros dois abrigos para a população adulta que
vive nas ruas e que, em muito, tem aumentado, especialmente pela situação de
desemprego, de abandono completo, de desagregação dos laços familiares que
vivemos nesta época, que são os abrigos Bom Jesus e Marlene - Casa de
Convivência -, o ABRIVIVÊNCIA.
Nós estamos somente, e tão-somente, reivindicando que possam ser
nomeados monitores concursados. No início do período legislativo, no início do
ano, vimos alguns Vereadores levantarem à Comissão de Direitos Humanos, que
analisou os atendimentos nos abrigos e a dificuldade que temos para o
atendimento, que buscamos que seja o mais qualificado, mas que, de fato, faz
falta mais monitores. E esses monitores estão aqui sendo encaminhados. Nós confiamos
na possibilidade de que seja aprovado esse Requerimento de urgência, com a
certeza de que, com a urgência, as Comissões darão pareceres, estabelecerão
legalidade, mas, acima de tudo, prevalecerá o interesse público, o interesse
social. E existe urgência nessa matéria, porque diz respeito ao atendimento
humano. E permitam dizer que, justamente na contramão do que acontece no Estado
e na União, nós observamos aqui a nomeação de funcionários públicos concursados
para o atendimento da população. As regras do Estado mínimo têm feito minguar
as políticas de atendimento à população nas áreas de segurança, saúde,
assistência social e educação no Estado e na União. Nós observamos que a
assistência social é toda repassada aos Municípios. Mesmo a saúde completamente
municipalizada tem-nos obrigado a fazer contratações emergenciais, sempre muito
criteriosas. Aqui, na área da assistência social, estamos dando um passo
importante para funcionários que permanecerão no atendimento, sendo nomeados a
partir de um concurso público. Isso tem imenso valor, porque as pessoas
constituem vínculos com aqueles que atendem. E, nessa constituição de vínculos,
certamente, todos aqueles que dependem dos programas de assistência social
sentir-se-ão melhor e poderão avançar na sua cidadania, nas suas condições de
vida, podendo resgatar o seu vínculo com a sociedade, podendo tentar enfrentar
essa avalanche que, em um projeto de reclusão social, tem jogado cada vez mais
pessoas na rua, cada vez mais pessoas vítimas da violência, dos maus-tratos e
da negligência, muitas vezes, dos programas do Poder Público.
Portanto, Srs. Vereadores, é absolutamente urgente, e acreditamos que
podemos aprovar este Requerimento no Plenário, ainda nesta tarde. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dois são os caminhos: o certo e o
errado. Eu só sei trilhar o caminho certo. Posso equivocar-me; realinho e volto
para o caminho certo. Há quatro anos, em idêntico período, eu sustentei uma
luta aqui, sozinho, contra a nomeação de agentes fiscais concursados para os
quais se pretendia abrir vagas. Exigi consulta ao Tribunal de Contas, exigi uma
série de consultas, fiz uma série de Questões de Ordem e impedi, por todos os
meios, durante um mês e meio, que o Projeto de Lei fosse votado. Tudo foi dito
e que estava certo. Eu agora estou querendo, para - como bem colocou a Líder do
PT - o atendimento de criaturas humanas necessitadas, que se abram vagas para
trinta e cinco monitores que já estão concursados.
Agora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se há dois caminhos - o certo e
o errado -, o errado é exatamente este momento, em que talvez não haja quórum
para votar um projeto dessa importância. Talvez seja, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores que ainda permanecem no Plenário, porque os cartazes do BANRISUL já
não estão mais aí, mas a minha Bancada ainda continua e eu não tenho nenhuma
preocupação se faltarem votos suficientes para completar os dezessete votos.
Havia uma necessidade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de votarmos um
parecer conjunto que aí está, que interessa à Cidade, ao saneamento da Cidade,
e que não vai ser votado hoje. Queria propor que votássemos o Projeto do Ver.
Cláudio Sebenelo para que fossem sinalizados os locais de alagamento - e,
quando nós comemoramos os vinte e cinco anos do DEP, seria muito oportuno que o
Projeto de Lei fosse aprovado -, aqueles locais de alagamento que constituem
perigo à vida dos munícipes, mas, tristemente, estamos hoje no caminho errado.
Já votamos a Emenda a ser encaminhada à Assembléia Legislativa. Então, a Cidade
fica entregue a alguns. Não há mais interesse, não há mais quórum. Há tristeza
no ar, para mim pelo menos, porque agora eu desço desta tribuna. Vou pedir que
a votação seja nominal e eu vou ver o que acontece. Saúde e paz!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, que
solicita urgência para o PLE nº 025/98. (Após a chamada.) APROVADO por 21 votos SIM.
Solicito ao Ver. Guilherme Barbosa que faça a leitura do Requerimento do
Ver. João Dib.
O SR. GUILHERME
BARBOSA: (Lê Requerimento do Ver. João Dib, que solicita
seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta da CCJ,
CEFOR, CUTHAB e CECE o Proc. nº 2448/98, PLE nº 027/98.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. João Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(O Ver. Clovis Ilgenfritz assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Clovis Ilgenfritz): O Ver. João Dib está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Solicito seja votado o projeto da pág. 17, de
autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, já que hoje homenageamos o DEP.
O SR. PRESIDENTE: Temos o Requerimento do Ver. João Dib, solicitando que entre em votação,
neste momento, o Projeto de Lei do Legislativo nº 011/98, de autoria do Ver.
Cláudio Sebenelo.
Em votação nominal, por solicitação do Ver. Renato Guimarães. (Pausa.)
(Após a chamada.) Doze votos SIM, 01
NÃO, e mais a presença deste
Presidente. Não há quórum.
O Sr. 1º Secretário apregoará o Ofício nº 391/98, de autoria do Chefe do
Poder Executivo Municipal.
(É apregoado o Ofício nº 391/98, de autoria do Chefe do Executivo
Municipal, conforme consta na Ata.)
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO (Requerimento): Conhecendo a Resolução de Mesa
nº 185, que dispõe sobre a utilização do Plenário...
O SR. PRESIDENTE: Vera. Maria do Rosário, como não temos quórum, o Vereador-Secretário
apenas apregoou um processo que deu entrada...
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO: Mas a Sessão não foi encerrada. Não quero que o
Requerimento seja votado e, sim, que V. Exa. o analise como Presidente. Nós
ainda estamos em Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Vereadora, V. Exa. pode manifestar-se se quiser, mas não para fazer o
Requerimento, porque só poderíamos fazê-lo em Sessão e eu só não encerrei a
Sessão em respeito a V. Exa. para que V.Exa. possa manifestar-se.
A SRA. MARIA DO
ROSÁRIO: O Fórum Municipal de Entidades, que trabalha com a
questão da criança e do adolescente, requereu à Casa a utilização deste
Plenário no dia 23 de outubro, sexta-feira à tarde, para comemoração do
aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente. Baseada na Resolução nº
185, que determina que este Plenário deverá ser utilizado para as questões
globais da Cidade, do Poder Legislativo e do Executivo, peço a V. Exa. uma
solução para o caso, pois não se trata de uma questão do Poder Legislativo e,
tampouco, do Poder Executivo. É uma questão da sociedade. Eu poderia marcar
fazendo um requerimento da nossa Bancada, mas preferiria que esta agenda
ficasse no calendário da Casa. A Relações Públicas da Casa respondeu que isso
não é possível. Portanto, apresento a V. Exa. para que dê uma solução para o
caso, pois os outros aniversários do Estatuto foram comemorados aqui e é uma
maneira de trazermos as entidades e as crianças para conviverem com a Câmara
Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Eu me coloco à disposição de V. Exa. para, depois de encerrada esta
Sessão, continuarmos a discussão desta matéria na sala da Presidência para que
possamos chegar a um bom termo.
O SR. JOÃO DIB: Queria dar o meu integral apoio à nobre Sra. Líder do PT na sua
pretensão. Saúde e paz.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos pelo apoio manifestado por V. Exa., Ver. João Dib.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h44min.)
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